Uma feira expositiva em alusão a Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, comemorado no 2° sábado de outubro, foi realizada nesta quarta-feira (31), no Hospital Ophir Loyola. Os cuidados paliativos promovem a qualidade de vida de pacientes e respectivos familiares, que enfrentam doenças ameaçadoras da continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Essa assistência especializada ocorre em diferentes níveis de atuação: ambulatório, internação e assistência domiciliar. A programação foi realizada com abordagem individual e orientações, entrega de panfletos e folders, apresentação de pôsteres e vídeos explicativos.

O HOL foi um dos primeiros hospitais públicos do Brasil e o primeiro da região Norte a oferecer o serviço que já existe há 17 anos, inspirado no trabalho desenvolvido pelo Instituto Nacional do Câncer. A Clínica de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO) oferece assistência ativa e integral por meio de uma equipe multidisciplinar, desde a definição de uma doença incurável e progressiva a cuidados ao fim da vida, com um suporte de sistema afetivo e familiar.

O tempo de internação varia com a patologia e condições de recuperação clínica, as alterações da rotina influenciam na participação social e ocupacional dos enfermos. “As oficinas terapêuticas são recursos utilizados para que o paciente consiga resignificar o período de hospitalização, contribuindo para a funcionalidade e autonomia, por meio de atividades produtivas e artísticas como artesanato, pintura, autocuidado e também relacionadas a datas comemorativas”, informou a terapeuta ocupacional Vanessa Mendes.

A dor dos pacientes oncológicos é, na maioria das vezes, multifatorial. “A dor física representa apenas um dos componentes deste complexo sintoma, por isso a importância da equipe multidisciplinar e interdisciplinar. Compreende-se o paciente em suas diversas dimensões, avaliando todos os problemas existentes, a repercussão da doença na família, os aspectos psicológicos, as questões físicas e os aspectos sociais e espirituais”, esclarece a psicóloga Elvira Gama.

Multidisciplinar - A abordagem por diferentes profissionais vem justamente satisfazer as múltiplas necessidades deste paciente, para avaliá-lo como um todo, proporcionando um melhor controle dos sintomas. Saber acolher e escutar são características essenciais para atender a demanda dos pacientes e familiares.

O atendimento multiprofissional e interdisciplinar visa melhorar a qualidade de vida destes pacientes, assim como na proximidade da morte, permitindo um final digno. A família é parte integrante do atendimento, por isso, é função de toda equipe treinar o familiar-cuidador para o cuidado adequado do paciente no domicilio. “Os familiares recebem assistência de toda equipe através do acolhimento, tirando dúvidas sobre o prognóstico do doente através de reuniões e orientações sobre medidas de prevenção”, explicou Elvira Gama.

Para atuar com paciente fora da possibilidade de cura, o profissional precisa conhecer a filosofia dos cuidados paliativos. Além disso, deve ter disponibilidade, possuir a capacidade de gerenciar situações estressantes e limites. Os profissionais trabalham com os limites impostos pela evolução da doença, os quais muitas vezes exigem que não sejam utilizados tratamentos invasivos e sim que a conduta elaborada pela equipe seja eficaz para dar conforto ao paciente.

Domiciliar- O Serviço de Atendimento envolve ações de promoção à saúde, prevenção, tratamento de doenças e reabilitação desenvolvidas em domicílio. Todas as visitas  são realizadas na casa do paciente por uma equipe. Esse cuidado diferenciado é necessário já que as pessoas assistidas estão tão debilitadas pelo câncer que não mais conseguem locomover-se até o Hospital Ophir Loyola. O serviço do HOL é gratuito, fornece todos os medicamentos padronizados na farmácia do hospital, materiais e insumos necessários, curativos de feridas e alívio da dor.

Por Leila Cruz