Médico Paulo Soares reforça a importância da prevenção e do monitoramento das formas crônicas das hepatites B e C, associadas a tumores hepáticos Inflamações no fígado causadas por vírus, associadas ao uso excessivo de álcool, drogas, medicamentos e até doenças autoimunes, as hepatites virais afetam milhares de brasileiros todos os anos, muitas vezes sem apresentar sintomas nas fases iniciais. As formas crônicas dos tipos B e C estão diretamente ligadas ao desenvolvimento do câncer de fígado, uma das neoplasias mais letais. A estimativa para o triênio 2023–2025 é de 10.700 novos casos de câncer hepático por ano no País, ou seja, 5 casos por 100 mil habitantes, sendo 6.390 entre homens e 4.310 entre mulheres, segundo o Ministério da Saúde (MS). O alerta é do oncologista Paulo Soares, do Hospital Ophir Loyola (HOL), que reforça a urgência em ampliar a conscientização, o diagnóstico precoce e a prevenção. Segundo ele, o desconhecimento e a falta de rastreamento adequado ainda são os maiores obstáculos no combate à progressão dessas infecções perigosas, e a infecção crônica pelos vírus B e C causa alterações moleculares no organismo que favorecem o surgimento de tumores. “Existe uma relação direta entre a infecção crônica por esses vírus e o desenvolvimento do câncer de fígado. A infecção persistente pode se estender por anos e alterar o DNA das células hepáticas. O vírus da hepatite B é o mais preocupante, pois tem a capacidade de integrar-se ao genoma da célula hospedeira, favorecendo a carcinogênese mesmo na ausência de cirrose, estágio avançado da doença. Com o tempo, o fígado desses pacientes evolui com fibrose e inflamação crônica decorrentes da agressão viral, e contribuem com formação precoce de neoplasias”, esclareceu Soares. Conforme o oncologista, é fundamental que pacientes com hepatites B e C crônicas sejam submetidos a vigilância oncológica rigorosa, incluindo exames de imagem periódicos e monitoramento de marcadores tumorais. “A evolução da hepatite para o câncer ocorre, na maioria dos casos, por meio da cirrose hepática, condição em que o tecido saudável do fígado é, gradualmente, substituído por tecido cicatricial (fibrose), comprometendo o funcionamento do órgão e podendo levar à falência hepática”, enfatizou. No Pará, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em tratamento oncológico, registrou um aumento significativo nos casos de câncer de fígado nos últimos três anos. Em 2022, foram diagnosticados 95 casos (52 homens e 43 mulheres). Esse número subiu para 118 em 2023 (68 homens e 50 mulheres) e alcançou 162 em 2024 (90 homens e 72 mulheres). O crescimento de 70% no período reforça a necessidade de atenção às formas crônicas da doença e ao rastreamento precoce. Além do diagnóstico e acompanhamento, o hospital oferece tratamentos especializados para pacientes com câncer de fígado. “O Hospital oferece diversas modalidades terapêuticas. Entre elas, destacam-se a quimioterapia convencional, as cirurgias hepáticas, e a quimioembolização, um procedimento em que injetamos o quimioterápico diretamente na artéria que irriga o tumor, provocando a interrupção do fluxo sanguíneo e levando à morte das células tumorais. Em alguns casos, também utilizamos a radioterapia. E, em breve, iniciaremos a técnica de ablação como mais uma ferramenta eficaz na destruição do tumor”, explicou Paulo Soares. A detecção do câncer de fígado geralmente requer uma abordagem combinada, que inclui exames laboratoriais, como testes sanguíneos; métodos de imagem, a exemplo da ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética, e, em determinadas situações, a realização de biópsia. “A interpretação desses dados, aliada ao histórico clínico do paciente, permite confirmar o diagnóstico e determinar o estágio da doença”, informou o especialista Soares informa ainda que a vacinação contra a hepatite B contribuiu para uma redução significativa na incidência do câncer hepático relacionado a esse vírus. “ A imunização é oferecida, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a todas as pessoas que ainda não foram vacinadas, independentemente da faixa etária. No caso das crianças, a vacina integra o calendário nacional de imunização obrigatório. Vale destacar que a vacina é a primeira a prevenir um tipo específico de câncer. Por outro lado, ainda não há uma vacina disponível para a hepatite C.” Texto de David Martinez, sob orientação de Leila Cruz
Ophir Loyola apresenta avanços na assistência e amplia atendimento à população
Unidade amplia atendimentos, reduz custos, moderniza infraestrutura e fortalece práticas assistenciais e científicas, consolidando-se como referência em saúde oncológica A gestão do Hospital Ophir Loyola (HOL) divulgou um balanço dos avanços obtidos com projetos estruturantes nos últimos três meses. Entre as principais iniciativas, destacam-se a contratação de médicos para áreas assistenciais e de apoio, a adoção de novos procedimentos clínicos, cirúrgicos e radioterápicos, além da continuidade de obras de reestruturação física e modernização. As ações estratégicas realizadas contemplam a ampliação da capacidade de atendimento, com o objetivo de reduzir filas e oferecer mais agilidade nos serviços prestados. Durante o período, ocorreu a ampliação de 50,52% no atendimento ambulatorial do Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO) e um aumento de 12,08% no atendimento domiciliar, beneficiando pessoas em maior vulnerabilidade. A triagem de pacientes fora das possibilidades terapêuticas cresceu em 55,37%. A tecnologia e a gestão eficiente também se tornaram aliadas nesse novo ciclo. Com a implantação do Projeto LILA, em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 600 atendimentos on-line foram realizados, entre consultas e orientações. Diretor-geral, Heraldo Pedreira. Em paralelo, o HOL reduziu o custeio da unidade em 54,98% em comparação ao último trimestre de 2024. “Realizamos um trabalho estratégico que resultou em uma expressiva redução nos custos operacionais do hospital. E revertemos em investimentos diretos para fortalecer a assistência, por meio da aquisição de insumos e medicamentos. Assim, reafirmamos o compromisso com a eficiência, a transparência e a qualidade da assistência oferecida à população”, informou o diretor-geral, Heraldo Pedreira. Uma das especialidades mais demandadas, a nefrologia passou a realizar 100 consultas mensais a mais. Enquanto na hemodiálise, o serviço ambulatorial agora é realizado em três turnos e com permanência de interconsultas por 24h. A unidade de saúde também iniciou o processo de fortalecimento do sistema de gestão de qualidade institucional, implementou reuniões táticas semanais com as coordenações de apoio para definir protocolos e discussões de casos clínicos. Ainda em 2025, o trabalho desenvolvido pelo Banco de Tecido Ocular (BTO) permitiu a redução da fila de espera de 4 anos para 5 meses, segundo o Sistema Nacional de Transplante, do Ministério da Saúde. O avanço resulta do trabalho das equipes envolvidas na captação e do apoio da central estadual de transplantes da Sespa. Consequentemente, o transplante de córnea no HOL aumentou em 58,3%. O hospital ainda se destaca como polo de desenvolvimento científico e formação profissional, promovendo eventos e cursos de alta relevância. De fevereiro a abril, 2.170 profissionais de enfermagem receberam treinamento técnico e científico alinhado às mais recentes práticas da saúde. “Entre as ações de destaque, está o Curso de Imersão em Terapêutica Neurovascular, que oferece atualização avançada para especialistas na área, além de receber a Masterclass Nacional de Cirurgia Reconstrutora Urogenital para promover a troca de conhecimentos entre cirurgiões de todo o País”, destacou o diretor clínico do HOL, Fábio Araújo. Centro de Radioterapia tornou-se o maior do Norte Desde a licença de operação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o hospital dispõe do maior Centro de Radioterapia da Região Norte, com a oferta de técnicas de radioterapia de última geração. “Entre março e abril, o Serviço apresentou avanços significativos no atendimento oncológico, refletindo os esforços de reestruturação e ampliação da capacidade instalada. Hoje, realizamos a cirurgia estereotáxica pelo SUS, um procedimento minimamente invasivo, sem cortes, que dura cerca de 10 minutos, o que evidencia o avanço no tratamento oncológico no Estado”, afirmou Fábio Araújo. No período, 200 pacientes concluíram o tratamento de radioterapia externa (teleterapia), enquanto outros 220 iniciaram as sessões, reduzindo o tempo de espera e promovendo maior celeridade nos cuidados com a saúde. Além disso, o hospital também realizou aproximadamente 160 inserções de braquiterapia em 50 pacientes, reforçando o compromisso com um tratamento humanizado e tecnicamente qualificado. Com a meta de alcançar o pleno funcionamento dos equipamentos e da estrutura dedicada à radioterapia, a gestão planeja aumentar de 70 para 240 o número de pacientes atendidos mensalmente em teleterapia e triplicar, de 20 para 60, os atendimentos mensais em braquiterapia. Avanços na infraestrutura – Com investimentos do governos do Estado, a instituição de saúde passa por obras de reforma e ampliação que visam modernizar os serviços e garantir diagnósticos mais precisos. A obra do Serviço de Medicina Nuclear já está 85% executada e tem como principal objetivo a instalação do PET-CT, uma tecnologia que permite diagnósticos mais precisos de diversas doenças. A Central de Material Esterilizado (CME), espaço físico destinado à instalação das autoclaves e termodesinfectadora, já está com 80% das obras concluídas. O sistema de gestão hospitalar integrado em curso permite a integração de todos os processos da instituição com o gerenciamento das informações clínicas, assistenciais, administrativas, financeiras e estratégicas, contribuindo para uma gestão mais eficiente. “Todos os consultórios médicos receberam computador e impressora para a efetivação do prontuário eletrônico. Acompanhamos em tempo real, tudo o que acontece no hospital”, informou o diretor-geral. Na ocasião, a direção ainda apresentou os projetos de modernização da Unidade de Atendimento Imediato (UAI), Quimioterapia, Hemodiálise, Endoscopia, Ultrassonografia, Agência Transfusional, Neuroclínica, vestiários e outros serviços.
Ophir Loyola celebra Dia das Mães com fé, cuidado e homenagens
Cerca de 200 mães passarão a data internadas na instituição Em clima de fé, acolhimento e gratidão, o Hospital Ophir Loyola (HOL) celebrou nesta sexta-feira (09) e sábado (10), o Dia das Mães com uma programação especial voltada a pacientes, acompanhantes, servidoras e voluntários. Referência no tratamento oncológico no Pará, a unidade promoveu ações de cuidado e valorização, que uniram espiritualidade, beleza e emoção para homenagear cerca de 200 mães que enfrentam, com coragem e esperança, os desafios da jornada contra o câncer. A programação iniciou ainda nas primeiras horas da manhã com a apresentação musical do cantor Alexandre Brito e do pianista Wellington Machado, discentes em licenciatura e música da Universidade Estadual do Pará (Uepa). Em seguida, foi celebrada uma missa pelo padre Filipe Costa, da Comunidade Semente do Verbo – Igreja do Carmo, no Auditório Luiz Geolás, acompanhada da Imagem Peregrina da Guarda de Nazaré. O Coral do Ministério Público também também emocionou o público. “Eu sou grata a Deus, à Nossa Senhora, por ser mãe. E ainda mais por ter uma filha maravilhosa, nota mil. Hoje é um dia abençoado, porque estou aqui, nesse hospital que é como uma segunda casa. Aqui eu me sinto bem, sou bem recebida por todos. Já fiz muita quimioterapia, mas só posso dizer que sou uma pessoa feliz e confiante. Só gratidão”, disse a paciente Maria Rita, 65 anos, que faz acompanhamento em razão de um câncer de mama. Além do momento religioso, as mães puderam aproveitar uma ação de beleza promovida pelos Amigos Voluntários do Pará (AVP) e Rede Solidariedade. O espaço ofereceu serviços de estética, corte de cabelo, higienização facial, podologia, maquiagem e design de sobrancelhas, promovendo não só a autoestima, mas também momentos de leveza em meio à rotina de tratamento. Durante discurso, o diretor administrativo do hospital, Yan Serrão, destacou a importância da data. “Hoje é um dia de reconhecimento às nossas pacientes e colaboradoras que são mães, mulheres guerreiras que enfrentam com coragem os desafios da vida e do tratamento. E nada melhor que uma missa e a presença da ‘nossa mãe’, nesta casa que precisa tanto de Deus para cuidar dos nossos pacientes, das mães que estão em tratamento. A homenagem é para elas, que são exemplo de força e esperança”, disse o gestor. Outra paciente, Raimunda Nonata Bentes, 68 anos, também em tratamento contra o câncer de mama, falou sobre o valor das homenagens para o bem-estar dos usuários. “Essa movimentação é maravilhosa. Faz bem pra nossa autoestima encontrar as colegas, conversar… É emocionante. Nesses dois anos, enfrentei muitas coisas, inclusive a perda do meu esposo. Mas sigo firme. Sou mãe adotiva do Walison, que criei desde bebê. Ele tem 9 anos e é minha razão de viver e o estímulo para dar continuidade ao tratamento”, contou. A programação continuou neste sábado(10), com a entrega de brindes para mães pacientes e acompanhantes que passarão a data festiva na instituição de saúde. “Sabemos que muitas dessas mães gostariam de estar em casa celebrando com suas famílias. Por isso, buscamos oferecer um gesto de carinho e reconhecimento, mostrando que elas não estão sozinhas nesse momento. Nosso compromisso é cuidar com empatia e respeito”, afirmou o diretor-geral, Heraldo Pedreira. Michelle Azevedo, coordenadora de Humanização do hospital, reforçou a importância da ação no contexto do cuidado humanizado. “A gente sabe que o tratamento oncológico é desafiador, por isso buscamos sempre proporcionar momentos como esse, que acolhem, fortalecem e sustentam a relação de confiança entre os gestores, trabalhadores e usuários na produção de saúde com sua rede socioafetiva. Cuidar da saúde emocional também é fundamental no processo de cura. Essa é a missão da humanização: tratar com afeto e empatia”, disse.
Ophir Loyola realiza caravana de doação de sangue com o tema “A guarda que protege, agora também salva”
A expectativa da organização é que iniciativas como esta sirvam de inspiração e mobilizem ainda mais pessoas a se tornarem doadoras regulares Em um gesto de solidariedade e compromisso com a vida, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência no tratamento oncológico, nefrológico e em transplantes na região Norte, promoveu nesta quinta-feira (8), mais uma edição da Caravana de Doação de Sangue. A ação, realizada em parceria com a Fundação de Hemoterapia e Hematologia do Estado do Pará (Hemopa), teve como tema “A guarda que protege, agora também salva” e mobilizou servidores do hospital, terceirizados, voluntários, humoristas da “Turma do Pão com Ovo” e estudantes do Instituto Técnico e Profissional do Pará (ITEP), em uma corrente de apoio aos pacientes da unidade hospitalar. Cada bolsa de sangue coletada pode atender até 4 pacientes. Do total de 70 comparecimentos, 48 bolsas foram coletadas e podem favorecer até 192 pessoas. Os doadores que não puderam comparecer à ação podem ir ao hemocentro mais próximo da residência e informar o código 161, do hospital. A atividade integra uma série de iniciativas que visam reforçar os estoques de sangue da Fundação Hemopa, responsável por abastecer mais de 200 unidades de saúde no estado. No Pará, apenas 1,2% da população é registrada como doadora de sangue, um número considerado baixo diante das necessidades transfusionais da rede hospitalar. As ações como caravanas e campanhas de incentivo à doação são ferramentas estratégicas para reverter esse cenário. Em Belém, o HOL realiza cerca de 1,2 milhão de atendimentos por ano, o que reforça a urgência de manter os estoques de sangue sempre abastecidos. Para o biomédico Rodrigo Barros, coordenador da Agência Transfusional do HOL, essas iniciativas são vitais para garantir o estoque de sangue (hemocomponentes) a quem precisa, promovendo a saúde, a solidariedade e a participação cidadã. “O Hospital busca facilitar o acesso de potenciais doadores à doação, informar a população e ajudar a manter os estoques sanguíneos em níveis adequados para atender às demandas da sociedade. Isso possui efeito direto no tratamento dos nossos pacientes, porque o nosso serviço é que mais demanda transfusões no estado e, consequentemente, o hospital com maior fornecimento de bolsas pela Fundação Hemopa”, enfatizou. O “Ophir Loyola” possui uma média de aproximadamente 800 transfusões mensais. Segundo Barros, para alcançar a meta de reabastecimento do estoque, a unidade hospitalar necessita repor 50% do estoque fornecido mensalmente pelo hemocentro. “Desta forma, contribuímos para que os estoques possam se manter dentro do ideal. Atualmente, o nosso indicador de reposição e captação está em 24%, portanto o número de captação de doadores precisa ser duplicado para alcançarmos a meta. Uma equipe de captadores formada por profissionais dos eventos, psicologia, serviço social, enfermagem, entre outros, é fundamental na execução deste movimento”, destacou. Durante o evento, a assistente social Betânia Mourão, da Gerência de Captação de Doadores (Gecad), do Hemopa, destacou a importância estratégica dessas mobilizações. “É fundamental a parceria com instituições do Estado, do município, privadas, públicas e com toda a sociedade. A Fundação Hemopa é responsável por abastecer mais de 200 unidades hospitalares, e é com ações estratégicas como essa, que conseguimos manter os estoques e atender aos pacientes. O Ophir Loyola, por ser referência no tratamento oncológico, lidera em solicitações de sangue. O engajamento dos servidores foi essencial para a realização dessa grande caravana”, afirmou. A ação desta quinta-feira destacou o papel da Guarda de Nossa Senhora de Nazaré do hospital, que teve participação expressiva. Segundo Douglas Rodrigues, um dos coordenadores da guarda, ao todo compareceram 50 doadores pelo horário da manhã, porém somente 37 estavam aptos a fazer a doação. “A caravana desta quinta-feira é mais um exemplo de como a união de esforços entre instituições públicas e a sociedade civil pode transformar realidades e salvar vidas.” A agente administrativa Bruna Araújo, 40 anos, que atua no setor de Recursos Humanos do HOL há três anos, compartilhou a emoção de participar pela primeira vez de uma ação coletiva de doação com o grupo. “O que me motivou foi auxiliar as pessoas. Acredito que a vida da gente é isso: fazer o bem sem olhar a quem. Já sou doadora há algum tempo, mas essa é a primeira vez que participo de uma ação como essa junto com a Guarda, e está sendo incrível para mim. Não tem explicação. Fazer o bem, ajudar quem precisa… Estou realmente muito feliz por estar aqui doando sangue e podendo contribuir com a vida de outras pessoas.” A mobilização também contou com o apoio de instituições de ensino. A enfermeira Nayara Chaves, do Instituto Técnico e Profissional do Pará (ITEP), que também atua no HOL, trouxe dezenas de estudantes da área da saúde para a campanha. “Eu trouxe 43 alunos para a ação. O que me motivou foi justamente a questão da promoção em saúde. Os alunos que estão dentro dessa área precisam entender o quanto essas ações são importantes, não só para quem é da saúde, mas também para toda a sociedade. Uma única doação pode impactar até quatro vidas”, ressaltou.
Hospital alerta para fatores de risco e sintomas iniciais da Doença de Parkinson
Médicos apontam que antes dos tremores e da rigidez muscular, sinais sutis como distúrbios do sono e perda do olfato podem indicar o início da doença Em Belém, o Ambulatório de Distúrbios do Movimento do Hospital Ophir Loyola (HOL), referência no tratamento de doenças neurológicas na região Norte, recebe pacientes com diagnóstico de Parkinson encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através da Central de Regulação. Atualmente, o hospital oferta atendimento especializado para 100 pacientes com disfunção que, embora ainda sem cura, pode ser controlada com acompanhamento médico adequado. A doença crônica e progressiva, segundo o neurologista Bruno Lopes do HOL, é causada por uma degeneração das células nervosas localizadas na região da substância negra e afeta os movimentos, outras funções cerebrais e até mesmo comportamentais. Entre os fatores ambientais mais estudados, o contato com pesticidas — tanto os agrícolas quanto os domésticos — é apontado como um dos principais vilões. “Existe uma associação muito forte na literatura científica entre a exposição a pesticidas, como o glifosato e a atrazina, usados principalmente na agricultura, e o surgimento do Parkinson. Mas também há risco no uso de inseticidas comuns em casa, que continuam no ambiente por dias depois da aplicação”, alerta. O especialista explica que o contato pode ocorrer de várias formas: pele, respiração ou ingestão de alimentos contaminados. “Mesmo o uso constante de produtos em spray, dentro de casa, pode gerar um efeito cumulativo ao longo dos anos”, explicou. A maioria dos pacientes com Doença de Parkinson tem mais de 50 anos, faixa etária que representa o principal grupo de risco para doenças neurodegenerativas. Contudo, elas também pode acometer pessoas mais jovens e, há casos, muitas vezes, em que as pessoas precisam se aposentar precocemente devido à progressão da enfermidade. Essa situação gera diversos impactos, tanto na vida do paciente quanto na de seus familiares, afetando a renda, a rotina e o bem-estar de todos os envolvidos. De acordo com o doutor Bruno Lopes, “a idade é, de fato, o maior fator de risco. Quanto mais velho o paciente, maior a chance de desenvolver essa disfunção neurológica. Aqui, no Hospital Ophir Loyola, temos uma média de pacientes um pouco mais jovens. Muitos estão na faixa dos 40 a 50 anos, e alguns até têm menos de 40. Isso pode estar relacionado a fatores ambientais específicos, como a maior exposição a agrotóxicos em áreas rurais.” Marcelo Formento, 40 anos, morador do município de Bragança descobriu que tinha Parkinson por volta de 2016, enquanto atuava como músico. “Eu era baterista e, durante a passagem de som, antes de um show, percebi que não conseguia fazer movimentos que antes eram automáticos para mim. Entrei em desespero”, lembrou Marcelo que, em 2018, precisou se afastar da banda em que tocava. O músico iniciou o tratamento somente em 2021 no HOL, onde a cada três meses comparece a consultas e recebe a prescrição dos medicamentos que o ajudam nos controles dos sintomas. “Quando tomo a medicação, fico mais relaxado, consigo fazer os movimentos normalmente e não fico travado. Tudo mudou, mas o tratamento me devolveu um pouco de qualidade de vida”, afirmou. Distúrbios do sono e perda do olfato podem ser sinais precoces Embora os sintomas motores, como tremores, lentidão nos movimentos, rigidez muscular e dificuldade para caminhar ou manter-se em pé sejam os mais conhecidos, não são, necessariamente, os primeiros a aparecer. A doença também pode se manifestar inicialmente por meio de sinais mais sutis e menos associados à condição. Alterações de humor, dores inexplicáveis e perda do olfato estão entre os sinais que, muitas vezes, podem passar despercebidos, os chamados sintomas prodrômicos. Conforme explica Bruno Lopes, embora não sejam exclusivos do Parkinson, esses sinais podem indicar que a doença está em formação, e pode se manifestar clinicamente em meses ou até anos depois. Segundo o especialista, a conscientização sobre os riscos ambientais e o diagnóstico precoce são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “As primeiras evidências não são específicas, mas de certo modo prenunciam que a doença poderá surgir nos próximos meses ou anos, conforme esclarece Lopes. Um desses sintomas prodrômicos tem a ver com o sono, que é o que chamamos de distúrbio comportamental do sono REM. É um fenômeno onde, ao dormir, em vez da pessoa sonhar e permanecer parada — que é o normal — ela se movimenta como se estivesse vivendo o sonho”, esclareceu. De acordo com o neurologista, o sono é dividido em duas fases principais: o sono REM e o sono não-REM. Durante o sono não-REM — que ocupa a maior parte da noite — a pessoa não sonha e pode se mover normalmente. Já no sono REM, fase em que ocorrem os sonhos, o corpo passa por uma paralisia natural que impede movimentos físicos, funcionando como um mecanismo de proteção. “Em pessoas com distúrbio do sono REM, essa paralisia não acontece. Como resultado, enquanto sonham, elas acabam executando os movimentos do sonho. Se estiverem sonhando, correndo ou lutando, por exemplo, podem se mover violentamente, cair da cama ou até machucar quem estiver por perto. O mais importante é que descobrimos que quem apresenta esse distúrbio tem uma chance altíssima — de 80 a 90% — de desenvolver a Doença de Parkinson nos próximos 10 anos”, alertou.
Hospital Ophir Loyola é referência no tratamento de leucemia no Pará
A doença afeta diversas faixas etárias, com previsão de 360 novos casos no estado até 2025 Neste mês, a campanha “Fevereiro Laranja” faz um apelo para a conscientização e detecção da leucemia, câncer que se origina na medula óssea e afeta a produção das células sanguíneas. No Pará, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência no tratamento do câncer, assiste mais de 300 pacientes de diferentes faixas etárias, com doenças hematológicas malignas. Um deles é o trabalhador autônomo Márcio Pinheiro, de 32 anos, diagnosticado há cinco meses após investigar o cansaço contínuo e a perda de peso sem causa aparente. Márcio Pinheiro e esposa Rewzia “Eu sentia um cansaço que não passava, perdi o apetite e o paladar, então perdi 6 quilos em uma semana e fiquei muito assustado, foi quando procurei ajuda médica e o diagnóstico veio: leucemia. A mudança na minha vida foi uma verdadeira reviravolta. Tenho duas filhas pequenas, uma de 9 e outra de 5 anos, e nossas vidas nunca mais foram as mesmas. Hoje, sigo firme no tratamento por elas; mas, principalmente, por minha esposa, Rewzia, que é minha maior fonte de apoio, força, e estar sempre ao meu lado sempre”, disse Márcio. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que até o final de 2025, sejam registrados 11.540 novos casos de leucemia no Brasil, um risco aproximado de 5 casos por 100 mil habitantes. Desse total, 6.250 casos devem acometer o sexo masculino e 5.290 o sexo feminino, com um risco estimado de 6 casos por 100 mil homens e 5 casos por 100 mil mulheres. No Pará, a previsão é de 360 novos casos de leucemia, sendo 200 em homens e 160 em mulheres. Segundo o oncohematologista do HOL, Thiago Xavier, a leucemia é um tipo de câncer que se origina nas células-tronco da medula óssea, compromete o sistema de defesa do organismo e pode acometer pessoas de qualquer idade. Oncohematologista do HOL, Thiago Xavier “Nesse processo, as células sanguíneas anormais, causadas pelo câncer, se formam e interferem na produção das células sanguíneas saudáveis, resultando na diminuição de sua quantidade normal e prejudicando então a medula óssea, a fábrica do sangue”. Existem quatro principais tipos de leucemia, a doença é classificada conforme a progressão. “É determinada a nomenclatura ‘leucemia aguda’ nos casos em que as células cancerosas apresentam um rápido crescimento e ‘leucemia crônica’ quando a mutação genética ocorre de maneira demorada. Além disso, a doença também é classificada a partir do tipo de célula acometida: células linfoides ou células mielóides”, informou o especialista. A leucemia linfóide aguda (LLA), mais comum em crianças, caracteriza-se por um desenvolvimento rápido. Em contraste, a leucemia linfóide crônica (LLC) evolui de forma mais lenta e afeta principalmente adultos a partir dos 50 anos. A leucemia mielóide aguda (LMA), o tipo mais frequente entre os adultos, também apresenta um desenvolvimento rápido e é marcada pela produção excessiva de células sanguíneas anormais pela medula óssea, que se acumulam no corpo. Já a leucemia mielóide crônica (LMC), caracterizada pela produção excessiva de glóbulos brancos, tem evolução mais lenta e é mais prevalente entre os idosos. Xavier destaca que a estratégia no controle da leucemia não se concentra na investigação das causas da doença, pois a identificação dos fatores de risco ainda é imprecisa. Para o hematologista, a rápida detecção do câncer é essencial para garantir um tratamento mais eficaz e seguro. “O principal ponto no combate à leucemia não é a prevenção, pois a doença é imprevisível e pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade. A verdadeira estratégia é o diagnóstico precoce, para que o tratamento adequado seja iniciado no momento certo”, ressaltou o médico. A origem da maioria dos tipos de leucemia ainda é desconhecida. A exposição à radiação, a certos tipos de quimioterapia ou a determinadas substâncias químicas (como benzeno, alguns pesticidas e compostos presentes na fumaça de tabaco) pode aumentar o risco de desenvolver algumas formas da doença, mesmo que ela ocorra apenas em um número muito reduzido de pessoas expostas. Segundo o Inca, a exposição à radiação, a certos tipos de quimioterapia, radiação ionizante ou a certas substâncias químicas, tais como benzeno, formaldeído, alguns pesticidas e compostos presentes na fumaça de tabaco, elevam o risco de desenvolver algumas formas de leucemia, embora a doença se manifeste apenas em um número reduzido de pessoas expostas. Certos distúrbios genéticos, como a Síndrome de Down e a anemia de Fanconi, também podem elevar o risco. Tratamento – O tratamento das leucemias geralmente envolve quimioterapia e, em alguns casos, transplante de medula óssea. “O processo varia conforme o tipo da doença, podendo incluir diferentes fases de tratamento intensivo e manutenção. Algumas leucemias, como a Mieloide Crônica, são tratadas com medicamentos orais específicos, enquanto outras podem exigir combinações de quimioterapia e terapias adicionais. O tratamento também é ajustado conforme as necessidades do paciente, como a presença de complicações ou resistência a terapias iniciais”, explicou Thiago Carneiro. Serviço: Para ser atendido no Ophir Loyola, o paciente precisa vir referenciado, via Sistema de Regulação Estadual, pela Unidade Básica de Saúde ou Secretaria Municipal de Saúde do Município de origem. Texto: David Martinez, sob orientação de Leila Cruz
Leitura é usada como coadjuvante no acolhimento dos pacientes
Somente em 2024, mais de 200 livros e materiais de leitura foram entregues à instituição por meio de doações O projeto “Carrinho de Leitura”, desenvolvido pelo Setor de Humanização do Hospital Ophir Loyola (HOL), visa proporcionar o bem-estar emocional e psicológico dos pacientes, além de momentos de cultura, entretenimento e reflexão. Os carrinhos ficam em locais estratégicos da instituição, como os corredores das clínicas, áreas de recreação e recepções com livros, revistas, panfletos e até mesmo cartas de pacientes que compartilham mensagens de apoio e solidariedade. A iniciativa cria um ambiente acolhedor e humanizado que vai além do cuidado físico, ao incentivar a leitura e oferecer um espaço para descontração e aprendizado durante a estadia hospitalar. Alguma pesquisas científicas realizadas nos Estados Unidos – Universidade de Stanford – e na França – Unidade de Neuroimagiologia Cognitiva do Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm) – comprovam que a leitura faz bem ao cérebro. De acordo com os estudos, o hábito constante da leitura estimula o cérebro de forma única, pois envolve processos como imaginação, mentalização, antecipação e aprendizagem. Ao ler, o cérebro é estimulado de maneira distinta de outras atividades, e novas sinapses – junções entre as terminações de neurônios – são formadas em regiões específicas do cérebro, promovendo uma maior plasticidade neural. Além disso, no contexto hospitalar, a prática da leitura pode desempenhar um papel fundamental no enfrentamento de doenças de alta complexidade, como destaca a psicóloga da Clínica de Neurologia do HOL, Letícia Martins. “Ter a leitura como atividade durante o asilo hospitalar pode resultar na redução da ansiedade, pois esse hábito direciona os pensamentos e a atenção dos pacientes. A leitura estimula a criatividade e permite que eles se envolvam em contextos de fantasia, o que, em meio a um processo tão desafiador como o tratamento de doenças neurológicas e oncológicas, auxilia no controle de comportamentos e pensamentos ansiosos. Esse alívio, sem dúvida, traz benefícios consideráveis”, destacou a psicóloga. Quando um material de leitura é doado e entregue aos enfermos acolhidos pelo HOL, cria-se uma corrente de solidariedade. A gestora do Setor de Humanização da instituição, Rayssa Imbiriba, explica que a finalidade é proporcionar um alívio mental aos pacientes e reforçar a importância e o hábito da leitura. “Ler melhora a qualidade de vida e promove o bem-estar, então, oferecer esse recurso, aqui no Ophir Loyola, nos traz muita satisfação. Esse projeto vai além do esforço da equipe de humanização, é fruto da solidariedade da comunidade. Todos os livros que recebemos vêm de doações”, afirmou. Joyce Guimarães, de 40 anos, diagnosticada com câncer de mama e já tratada no Hospital Ophir Loyola, é um exemplo vivo de que a solidariedade é um ato que se fortalece e não desaparece, formando uma corrente que vai além do que os olhos podem ver. Graduada em Enfermagem, Joyce dedica seu tempo a um serviço voluntário essencial para os pacientes oncológicos da instituição. Ela relembra a importância do acesso à leitura no hospital, um recurso que ajuda a amenizar as dificuldades diárias enfrentadas pelos pacientes oncológicos. “Não é fácil lidar com uma doença tão devastadora, que impacta tanto o nosso corpo quanto a nossa mente. A leitura, porém, nos ajuda a atravessar esse período difícil, especialmente durante o tratamento de quimioterapia. Ler faz o tempo passar mais rápido, nos transporta para o mundo das fábulas e, entre os contos, conseguimos esquecer um pouco da dor e do sofrimento que enfrentamos. Lembro de um livro escrito por um artista paraense, uma coletânea de poesias, cujos versos me encantaram tanto que decidi levá-lo para casa. Essa é uma das poucas boas lembranças daquela época”, compartilhou Joyce Guimarães. Serviço: Caso uma pessoa física ou jurídica queira realizar uma doação, entre em contato pelo e-mail humanizacao@ophirloyola.pa.gov.br ou telefone (91) 3265-6751. Texto: David Martinez sob supervisão de Leila Cruz
Profissionais de Enfermagem do Ophir Loyola recebem treinamento para realização de eletrocardiograma
A capacitação pretende tornar os colaboradores aptos a realizar o exame de ECG, resultando em melhor satisfação do paciente e melhoria dos resultados assistenciais O Hospital Ophir Loyola (HOL) realizou um treinamento especializado para os profissionais de enfermagem da instituição, com ênfase na prática e execução de exames de Eletrocardiograma (ECG). O objetivo da capacitação foi proporcionar aos participantes um aprimoramento técnico e científico, capacitando-os a realizar os exames de maneira eficiente e segura, além de ações realizadas pela instituição para promover a excelência no atendimento e seguir as melhores práticas do setor hospitalar, sempre com foco na segurança e bem-estar dos pacientes. Atualmente, aproximadamente 8000 ECG são realizados por mês em todo o Brasil. O exame é fundamental para avaliar a atividade elétrica do coração, captando sinais por meio de eletrodos colocados na pele do paciente. É crucial para a detecção de condições como arritmias, infarto do miocárdio, hipertrofia, isquemia, entre outras alterações cardíacas. Durante o treinamento, os profissionais atuantes no ambulatório, clínicas assistenciais, Unidade de Atendimento Imediato e Unidades de Terapia Intensiva tiveram a oportunidade de aprender e praticar as técnicas mais atuais na execução do ECG, um exame fundamental para o diagnóstico de diversas condições cardíacas. O curso contou com a participação de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, que tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas, discutir procedimentos e receber orientações diretas de especialistas na área. A capacitação teve como objetivo proporcionar uma vivência prática com os equipamentos, além de abordar os fundamentos teóricos sobre o funcionamento do eletrocardiograma, a interpretação dos resultados e as possíveis variações que podem ser observadas nos exames. Segundo o enfermeiro Ewerton Almeida, um dos facilitadores da atividade, a educação continuada é essencial para garantir uma assistência de qualidade à comunidade. Ele destaca ainda que o treinamento dos profissionais é indispensável para o manejo adequado do equipamento. “Esse é um treinamento fundamental para as práticas cardiovasculares, voltado para toda a equipe de enfermagem, especialmente para os técnicos. A atividade irá auxiliar esses profissionais no manejo do equipamento, oferecendo orientações sobre o uso adequado e os cuidados necessários na realização do eletrocardiograma, um procedimento comum e rotineiro em nosso dia a dia”, afirmou o enfermeiro. A assessora de educação da enfermagem, Maria do Rosário, explicou que o treinamento faz parte de uma série de iniciativas do Hospital Ophir Loyola para garantir a excelência no tratamento de doenças de alta complexidade. “A implementação de práticas de ensino contínuo é vista como uma medida estratégica para manter o alto padrão de qualidade assistencial que a instituição oferece à população. Mensalmente, a equipe de Ensino e Pesquisa seleciona um ou dois temas, levando em consideração a complexidade e a urgência, com o objetivo de capacitar 80% dos nossos servidores”, destacou a assessora. Além dos enfermeiros e técnicos de enfermagem, o treinamento contou com a participação da aluna do oitavo semestre de enfermagem, Karen Farias, que é estagiária da Comissão de Controle de Infecção (CCI) do Hospital Ophir Loyola. “Hoje, participamos de um exame de extrema relevância para saber se o paciente está em boas condições cardiológicas. O enfermeiro possui um papel fundamental no controle dos sinais vitais do paciente, precisamos compreender o que é uma arritmia, compreender o que se passa no sistema cardiológico é essencial”, afirmou. Texto de David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz
Ophir Loyola busca multiplicar captadores de doadores de sangue
Unidade hospitalar, integrante da rede pública estadual, possui uma das maiores demandas transfusional da região Norte Em uma ação estratégica para aumentar o número de doações de sangue, o Hospital Ophir Loyola (HOL), em parceria com a Fundação de Hemoterapia e Hematologia do Estado do Pará (Hemopa), promoveu uma capacitação de profissionais de saúde para o processo de captação de doadores. A ação estratégica visa aumentar o número de doadores para a unidade hospitalar diante de um cenário que exige uma maior conscientização sobre a importância da doação regular. O Hospital é reconhecido por ser um dos principais centros de tratamento e referência em oncologia, nefrologia e transplantes. Com cerca de 1,2 milhão de atendimentos ao ano, a unidade enfrenta uma das maiores demandas transfusionais da região Norte, com cerca de 800 transfusões mensais. A necessidade contínua em manter os estoques abastecidos torna a colaboração com a Fundação Hemopa ainda mais essencial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que entre 3% e 5% da população de um país seja doadora de sangue. No entanto, no Brasil, esse índice está bem abaixo da meta, atingindo apenas 1,6% da população. No Estado do Pará, apenas 1,2% da população é registrada como doadora de sangue, o que representa um desafio contínuo para garantir a reposição das bolsas necessárias para atender a demanda dos hospitais. A capacitação abordou, em detalhes, o processo de doação de sangue, desde a coleta até os testes sorológicos e a liberação das bolsas para os pacientes. A capacitação visou esclarecer as etapas do processo transfusional e a importância da gestão eficaz de cada fase, com a participação ativa das unidades hospitalares na captação de doadores. Camila Medina, assistente social da Gerência de Captação de Doadores (Gecad), do Hemopa, ressaltou que os principais obstáculos enfrentados para aumentar o número de doadores. “Esses entraves incluem o envelhecimento da população, mitos e medos em relação à doação, e hábitos de vida que favorecem doenças como diabetes, hipertensão e infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, a falta de uma cultura de doação de sangue enraizada na sociedade, aliada à carência de informações sobre o processo, agrava ainda mais a situação”, alertou. Camila destacou também a corresponsabilidade das unidades hospitalares na gestão do processo transfusional, enfatizando a importância de se garantir a reposição dos estoques de sangue de forma eficaz, com foco na reposição das bolsas de sangue fornecidas e na capacidade de atender às demandas transfusionais de forma contínua. Entre as metas traçadas pelo Hemopa, destaca-se o aumento das doações de reposição, principalmente por parte dos colaboradores das unidades hospitalares. A ideia é estimular a doação regular dentro dos próprios hospitais e alcançar, pelo menos, 50% de reposição das bolsas de sangue fornecidas. Esse esforço é essencial para atender à alta demanda de transfusões e garantir que os pacientes recebam o tratamento necessário sem desabastecimento. Mestre em virologia e especialista em Gestão e Controle de Qualidade, o coordenador da Agência Transfusional (AT) do HOL, Rodrigo Barros, ressaltou que a maioria dos pacientes atendidos pelo hospital vem de municípios distantes da capital. Isso gera uma grande dificuldade na mobilização de doadores, especialmente porque ainda existe uma parcela significativa da população que só se dispõe a doar sangue para conhecidos. “Essa tarefa exige um esforço constante na conscientização da sociedade em geral e na mobilização para que mais pessoas se tornem doadoras regulares. A criação de uma cultura de doação de sangue, pautada pela responsabilidade social e cidadania, é fundamental para engajar a população e fortalecer a rede de doadores no Estado. A conscientização sobre o impacto positivo que cada doação pode ter na vida de pacientes é um passo crucial nesse processo”, destacou o coordenador que atua há 12 anos com hemoterapia e banco de sangue. Barros destacou ainda que o “Ophir Loyola” vive uma demanda transfusional que exige constante vigilância e ação na captação de doadores de sangue. “A parceria com a Fundação Hemopa e a promoção da educação continuada dos servidores são essenciais para garantir que os estoques de sangue sejam mantidos. A colaboração entre as instituições de saúde e a sociedade civil é um caminho imprescindível para salvar vidas e garantir que os pacientes recebam o tratamento necessário em momentos críticos.” Requisitos e cuidados para a doação de sangue: As restrições, para garantir a segurança tanto dos doadores quanto dos receptores, incluem casos como dengue, chikungunya ou zika (nos últimos 30 dias), vacinas recentes (como febre amarela, rubéola, sarampo, entre outras), gripe, resfriado, covid-19. Pessoas que tenham feito tatuagem ou piercing nos últimos seis meses, ou passado por exame de endoscopia recentemente. Podem doar pessoas entre 16 e 69 anos, que estejam em boas condições de saúde e pesem a partir de 50 kg. Menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis. Também é necessário apresentar um documento oficial com foto.
Doação de Perucas resgata autoestima de pacientes oncológicas no Ophir Loyola
Desde 2024, 102 pacientes já receberam os acessórios confeccionados com fios de cabelos naturais por projeto do Hospital com parceiros Durante o tratamento contra um câncer, pacientes podem apresentara a alopecia, queda dos cabelos decorrente da quimioterapia, um tratamento que utiliza medicamentos para destruir as células cancerosas ou impedir o seu crescimento e multiplicação. A alopecia tem um impacto direto na autoestima do ser humano, principalmente tratando-se das mulheres. Pensando nisso, o Setor de Humanização do Hospital Ophir Loyola (HOL), em parceria com grupos voluntários, arrecada doações de fios de cabelos naturais e os encaminha para o projeto “Amor em Fios” – instituição beneficente responsável por confeccionar perucas e doar a pacientes com câncer. Uma dessas pacientes é a assistente social Vanessa Evangelista, de 43 anos, diagnosticada com câncer de mama. “Depois do diagnóstico eu ainda fiquei trabalhando por uns 15 dias, mas tive que parar porque estava sem condições de trabalhar. A doença mudou completamente a minha vida. Deixei de ir ao trabalho, passei a ir somente às consultas com o mastologista e aos exames, fazer acompanhamento psicológico ou nutricional. Tudo isso virou a minha vida de cabeça para baixo”, afirmou. A assistente social ainda contou como o câncer de mama afetou a autoimagem, contudo a situação foi amenizada ao receber, na última semana, 20 de janeiro, uma das perucas confeccionadas. “Eu fiquei bastante abalada, porque o meu cabelo era enorme, tocava a minha cintura, então o medo de perdê-lo mexeu comigo. E se não fosse o acompanhamento psicológico, não sei como conseguiria suportar essa doença. Além disso, receber o tratamento acolhedor e humanizado que o hospital me ofereceu, isso, sem dúvidas, me ajudou. Colocar aquela peruca me trouxe um sentimento de resgate, quando eu a uso, sinto retornar a autoestima que perdi”, destacou Vanessa Evangelista. A coordenadora de Humanização do HOL, Rayssa Imbiriba, destaca como os atos de solidariedade têm um impacto positivo durante o enfrentamento do câncer. “A nossa imagem como mulher é muito importante, então, ficar sem a mama ou careca, isso impacta muito na nossa autoestima, na identificação da nossa identidade como mulher. Quando fazemos a doação, elas experimentam as perucas e decidem qual combina mais com o rosto delas. A gente vê e percebe a melhora na autoestima, na autoimagem dessa mulher, que se reconecta consigo mesma, isso impacta diretamente na adesão ao tratamento”, afirmou. A valorização do tratamento humanizado vem se consolidado, a cada ano. A Política Nacional de Humanização (PNH) existe desde 2003 com o objetivo de efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil. Desde o início de 2024, já foram encaminhadas pelo Hospital Ophir Loyola 382 doações de mechas de cabelos para o Projeto Amor em Fios, em Cascavel (PR), as quais retornaram em forma de acessório para essas mulheres. Confeccionar uma única peruca requer cerca de cinco doações, pois depende do tipo, espessura do fio e da quantidade de cada cabelo. A iniciativa só é possível graças ao ato de solidariedade voluntário de pessoas físicas e jurídicas, a exemplo da empresa de atacado e varejo, Grupo Mateus, com a campanha “Fios do Amor”, responsável por 112 mechas doadas do total de arrecadações recebidas no ano passado. O Hospital também passou a contar com o apoio de Wilton Rocha, um dos peruqueiros responsáveis pela confecção de algumas das perucas oferecidas pelo HOL a pacientes oncológicas. “Eu faço as perucas por necessidade e com amor, porque elas precisam. É importante que as pessoas façam doações, o cabelo nasce novamente. Para mim, a mulher é um quadro e se não tiver uma moldura bonita, que é o cabelo, a obra não está completa. É assim que elas se sentem”, afirmou. Outra paciente que teve a autoestima afetada pelo câncer de mama é a dona de casa Maria Costa, de 53 anos. “A princípio, bateu um desespero, uma sensação de incapacidade. Passar pela quimioterapia é muito difícil, tive inúmeras crises de ansiedade. Quando o meu cabelo começou a cair, eu me apavorei, passava a mão e junto vinha tufos e tufos de cabelo. Chorava sem parar, pensava que ia morrer”.” Maria soube do projeto do hospital após conversar com outras pacientes, isso mudou a forma de encarar a doença que a acomete por mais de dois anos. A confiança foi recuperada ao receber o acessório. “Quando eu coloco a peruca, me sinto aliviada, me sinto mais à vontade para sair de casa. Sou grata ao hospital, às pessoas que trabalham na humanização, fui muito bem acolhida”, destacou. Serviço: Caso uma pessoa física ou jurídica queira realizar uma doação, o passo a passo é simples. Basta acessar o site oficial do Hospital Ophir Loyola, www.ophirloyola.pa.gov.br, lá estão disponíveis os canais de comunicação do setor de humanização, ao contatá-los, uma equipe recebe o voluntário e faz o cadastro. Após a realização de toda a documentação, o doador é convidado a comparecer à instituição e instruído sobre como é realizado o trabalho. Por fim, é feita uma declaração de recebimento após a entrega da doação. Texto de David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz