A instituição é marcada pela tradição em Ensino e Pesquisa. Os programas de Residência garantem profissionais preparados para o mercado de trabalho O Hospital Ophir Loyola (HOL) promoveu a formatura de 59 participantes dos programas de Residência Médica, Multiprofissional e Uniprofissional, na noite de terça-feira (4), no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, em Belém. A solenidade contou com as presenças de toda a diretoria do Hospital e autoridades acadêmicas, que entregaram os certificados aos novos especialistas. O HOL é reconhecido como Hospital de Ensino e Pesquisa, responsável pela formação de 357 especialistas, desde 2019 até dezembro de 2024. A Residência é um curso de pós-graduação voltado à formação teórica e prática em áreas específicas da saúde, e tem como objetivo preparar os profissionais por meio da capacitação intensiva e supervisionada. Os 59 especialistas foram formados nos seguintes programas: Residência Médica, Residência Multiprofissional em Oncologia, Residência Uniprofissional em Enfermagem e Residência Uniprofissional em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Para os recém-formados, que já haviam conquistado o título de especialista ao concluir a pós-graduação, a cerimônia de formatura representou o fechamento de um ciclo longo e desafiador, marcado por dedicação e resiliência. A maioria desses profissionais é formada por jovens ainda no início de carreira. Continuidade – O diretor-geral do HOL, Heraldo Pedreira, destacou o impacto positivo de novos especialistas no mercado de trabalho, fruto da formação de excelência proporcionada pela instituição. “Estamos formando a nova geração de profissionais para dar continuidade à missão do Hospital. Nosso objetivo é fortalecer o mercado de trabalho, capacitando-os para enfrentar os desafios da saúde em nossa região”, disse o gestor. A solenidade reafirmou o compromisso do Hospital Ophir Loyola com a produção de conhecimento científico de qualidade, aliado à excelência no cuidado oferecido aos pacientes. Diferencial – Margaret Braun, diretora de Ensino e Pesquisa, diante de profissionais que se especializaram com excelência na instituição, ressaltou o diferencial na qualidade de ensino oferecido pela instituição. “O Hospital Ophir Loyola possui uma grande vantagem: é credenciado pelo Ministério da Educação e dedicado ao ensino, tanto de graduação quanto de pós-graduação. Estamos avançando significativamente na área de Ensino e Pesquisa, com programas como residência, mestrado e doutorado, em colaboração com as universidades estaduais e a Universidade Federal. Estamos vivendo um momento muito positivo no campo educacional. No futuro, esperamos firmar convênios internacionais, o que trará benefícios não apenas à comunidade médica e científica, mas também à sociedade como um todo”, anunciou Margaret Braun. Para Rafael Milo, um dos recém-formados na área de Medicina, “foi uma noite de muita alegria. Foram três anos de sacrifício, de choro, de alegria. Chegar nesse momento é como se fosse a cereja do bolo. O HOL me proporcionou uma formação de altíssimo nível, e sou grato por isso”. “A Residência Médica no Hospital é uma das mais completas do Brasil, quando se trata de cirurgia geral, com casos de hérnia, derivação biliodigestiva, colecistectomia videolaparoscópica (retirada da vesícula). Temos a cirurgia por vídeo avançada, no caso da cirurgia bariátrica. Além disso, nós temos uma formação importante na parte de cirurgia oncológica, cirurgia ginecológica, cirurgia oncológica de cabeça e pescoço, de tórax. É uma das melhores residências médicas da atualidade”, garantiu Rafael Milo. Segundo a diretora Clínica do HOL, Vânia Brilhante, “ser um profissional da saúde é, todos os dias, escolher cuidar do próximo. Como residente hospitalar é acolher aqueles que enfrentam tratamentos desafiadores, como o combate ao câncer”. Premiação – Além da entrega dos certificados, a cerimônia premiou os melhores Trabalhos de Conclusão de Residência (TCRs). Foram entregues 47 TCRs, sendo 23 do Programa de Residência Médica; dois do Programa Uniprofissional em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial; nove do Programa Uniprofissional em Enfermagem e 13 do Programa de Residência Multiprofissional. Recém-formada em Residência Médica, Laís Pimentel, 29 anos, teve o TCR premiado como o melhor nessa categoria. “Receber essa premiação reflete muito trabalho, muita dedicação. Eu sou do Maranhão. Tive que abdicar da minha família para viver em um local em que eu não tenho parentes. Precisei ser forte e resiliente para conseguir vencer e chegar até aqui. É uma noite muito especial; uma noite que marca a conclusão de uma jornada. No meu caso, foram dois anos de Clínica Médica, dois anos de Hematologia, uma trajetória de quatro anos de muito trabalho e muita dedicação”, disse Laís Pimentel. Texto: David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz- Ascom/HOL
Especialistas do HOL lançam e-book sobre interdisciplinaridade no atendimento domiciliar
No livro digital, profissionais de cinco campos da saúde descrevem as vivências com cuidados paliativos oncológicos A interdisciplinaridade na saúde é um conceito fundamental que busca integrar os saberes e práticas de diferentes profissionais para promover um atendimento mais completo, eficaz e humanizado ao paciente. O trabalho colaborativo entre diversos profissionais otimiza o cuidado, promove o bem-estar e garante um tratamento que não só atenda as necessidades clínicas, mas também emocionais, psicológicas e sociais com a finalidade de garantir uma assistência digna aos enfermos. O livro digital “O Domicílio Como Cenário de Prática Interdisciplinar”, organizado pela médica paliativista Cristiane Ribeiro Maués, reflete justamente essa visão colaborativa. A obra conta com a contribuição de 26 profissionais que, ao longo de suas trajetórias, compartilham experiências e desafios vividos no atendimento domiciliar. Esse tipo de cuidado, que ocorre na residência do paciente, exige uma abordagem mais ampla, integradora e multidimensional. “A obra teve como um dos objetivos dar mais visibilidade para o Serviço de Assistência Domiciliar (SAD) do HOL. Além disso, visa promover a contribuição científica, porque temos um conteúdo riquíssimo para ser estudado, mas pouco explorado. As demandas em saúde são multidimensionais, ou seja, há sofrimento físico, social, espiritual e emocional. Engana-se quem acredita que o médico sozinho consegue oferecer um cuidado de qualidade”, destacou Cristiane Maués. Um dos objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS), previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, é assegurar o direito à saúde de forma equitativa e acessível a todos. Porém, esse não é o único direito fundamental que deve ser garantido pelos profissionais da saúde. A dignidade humana também constitui uma responsabilidade essencial, que deve ser garantida e respeitada em todas as esferas de cuidado. O tratamento humanizado realizado pelo HOL e que constitui o foco central da publicação é o cuidado paliativo oncológico, que é ofertado desde 2000. Há 24 anos, o serviço era prestado de maneira assistemática, mas com a inauguração do Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO), no ano passado, evoluiu significativamente. Hoje, o Centro conta com 30 leitos e equipe multidisciplinar para ofertar amparo e proteção a pacientes com câncer em progressão. Atendimento especializado no conforto do lar As visitas domiciliares são realizadas por uma equipe fixa composta por uma médica paliativista, uma enfermeira e uma psicóloga. Além disso, o serviço conta com o apoio de profissionais de terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia, técnicos, e oferece todo o suporte necessário para procedimentos hospitalares especializados, bem como exames de imagem e laboratoriais. O atendimento é uma extensão do cuidado ambulatorial. A maioria dos pacientes encontra-se acamada, com resistência imunológica comprometida e dificuldades de locomoção, devido a lesões nos ossos ou nos pulmões. “O serviço é uma extensão do CCPO e quando comparado a outras atividades assistenciais, o SAD não deixa nada a desejar. A nossa meta é de que seja ampliado com mais uma equipe para atuar no turno da tarde”, afirmou Cristiane Maués. Uma das autoras do livro é a assistente social, Ana Lídia Sardinha. Ela explica o papel que desempenha nos cuidados paliativos e destaca a importância de oferecer um tratamento integrado. “A minha função é mediar a relação paciente/família/equipe, contribuir para o acesso do usuário às políticas públicas. Também promover a qualidade dos cuidados continuados no sistema de saúde por meio da rede de serviços e elaborar em conjunto com a equipe o plano de cuidados e outros. Não existe saúde sem uma ação multiprofissional, o conceito de saúde não é mais somente a ausência de doença. A saúde se compõe por diversos fatores e condições de vida que devem ser garantidos”, esclareceu. Segundo a enfermeira Margarida Carvalho, também autora da publicação, a interdisciplinaridade no ambiente hospitalar é um fator essencial para garantir a vida e a dignidade dos pacientes. Ela ainda destaca que “sem a interdisciplinaridade, não há garantia de bem-estar”. “Nossos pacientes são avaliados diariamente pela equipe interdisciplinar, onde nos reunimos para construir o plano terapêutico de cada paciente visando o conforto, dignidade e cuidado humanizado.” O E-book de forma gratuita, pode ser acessado aqui. *Texto de David Martinez sob supervisão de Leila Cruz
Hospital Ophir Loyola celebra Dia do Terapeuta Ocupacional com programação lúdica e musical
O evento ressaltou a importância desses profissionais, essenciais na prevenção e no tratamento de enfermidades que atingem o corpo e a mente Com música e palestra lúdica, a Divisão de Terapia Ocupacional do Hospital Ophir Loyola (HOL),em Belém, celebrou nesta terça-feira (21) o Dia Mundial da Terapia Ocupacional – 19 de Janeiro. A atividade, realizada no ambulatório da instituição, visou destacar a importância do trabalho dos profissionais que atuam na prevenção, tratamento e reabilitação de pacientes com alterações cognitivas, afetivas, perceptivas e psicomotoras, e também reforçar a prática no Hospital. Segundo Márcia Nunes, coordenadora do Serviço de Terapia Ocupacional do HOL, o evento promoveu conscientização sobre os benefícios dessa prática no tratamento de diversas condições, incluindo doenças neurodegenerativas e outras enfermidades que comprometem a funcionalidade do paciente. “O declínio cognitivo e a perda de funcionalidade podem ocorrer com o avanço da idade, mas também são causados por doenças como câncer cerebral e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Mas, com o acompanhamento adequado, é possível melhorar as funções motoras e cognitivas e obter autonomia para realizar as tarefas do cotidiano”, informou. Lógica e música – A programação incluiu uma série de jogos terapêuticos para estimular a atenção, concentração e o raciocínio lógico, além de um show com o violonista Thiago Brito, que interpretou de clássicos da música erudita a sucessos da música popular brasileira (MPB). De acordo com Márcia Nunes, a utilização da música na terapia ocupacional é uma estratégia eficaz para reforçar a memória e evocar antigas lembranças, favorecendo o processo de reabilitação cognitiva. “A música tem um poder único de melhorar a atenção e a concentração, e sua relação com a emoção é um instrumento valioso durante o tratamento. Muitas vezes, ela resgata memórias importantes para o paciente, auxiliando na recuperação de funções cognitivas e afetivas”, explicou a coordenadora. Somente no ano passado, a equipe de terapia ocupacional assistiu mais de 16 mil pacientes em mais de 25 mil atendimentos individualizados, conforme a necessidade de cada paciente. Além do atendimento nas Clínicas de Internação, a equipe ampliou sua atuação com o atendimento ambulatorial, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h. Para ser atendido, o paciente é encaminhado pelas especialidades médicas ou pela equipe multiprofissional do Hospital. Para Darci Pinto de Jesus, 65 anos, comerciante no município de Vigia de Nazaré, nordeste paraense, a palestra foi importante para lembrar os cuidados com a memória. Ela ficou surpresa com o trabalho de recuperação desenvolvido pelo HOL. “Nós, pessoas idosas, estamos precisando muito disso. Passei por uma cirurgia há quatro anos e, desde então, fiquei esquecida. É bom saber que o Hospital se preocupa conosco, e saber que posso receber esse tratamento mesmo morando longe é muito tranquilizador”, disse Darci. Texto: David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz – Ascom/HOL
Hospital Ophir Loyola inicia obra de modernização das enfermarias
Requalificação das clínicas com 203 leitos clínicos e cirúrgicos, trará mais segurança e conforto para pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde O Hospital Ophir Loyola (HOL) iniciou as obras de modernização das clínicas de internação, com a finalidade de aprimorar a infraestrutura e oferecer um atendimento ainda mais eficiente e acolhedor aos pacientes. Iniciado pelo 6º andar, onde são internados pacientes neurológicos, o projeto visa modernizar o ambiente físico, com enfermarias mais amplas e bem iluminadas, com quartos adaptados para a privacidade e bem-estar dos pacientes. Mas também otimizar o atendimento, garantindo um espaço mais acolhedor, funcional e alinhado às melhores práticas de cuidado hospitalar. A nova enfermaria será um modelo para futuras reformas em outras clínicas da instituição de saúde, seguindo um padrão de excelência que contempla tanto o conforto dos enfermos quanto a eficiência no trabalho da equipe de saúde. “O nosso objetivo é padronizar todas as nossas enfermarias para oferecer leitos clínicos e cirúrgicos seguros e humanizados. Isso representa um passo importante para a melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados, reforçando o compromisso da instituição com a excelência no atendimento e com a humanização da saúde”, informou o diretor-geral, Jair Graim. O arquiteto Felipe Azevedo, que coordena a Assessoria de Planejamento Físico do HOL, explica que o ambiente hospitalar passa por requalificação com intuito de receber espaços mais favoráveis à recuperação dos enfermos. “Utilizamos conceitos de ergonomia ou ‘human factors’ (fatores humanos) a fim de garantir que o hospital não seja visto como mera acomodação para os pacientes, mas tornar a permanência no ambiente menos angustiante. Alguns estudos comprovam que o ambiente em que o paciente está internado desempenha um papel crucial na aceleração de sua recuperação, além de influenciar na sensibilidade à dor e reduzir a necessidade de medicação”, afirmou. Segundo Jair Graim, a reforma está sendo conduzida de maneira gradual, em etapas, como parte do planejamento estratégico do hospital. “Estamos modernizando o Hospital Sede conforme o cronograma do Plano Diretor. Igualmente, os espaços serão adequados às normas sanitárias e legislações vigentes, incluindo instalações elétricas e hidrossanitárias”, disse. Toda essa organização foi pensada de forma minuciosa para que não comprometa o atendimento aos pacientes que necessitam de internação, a fim de manter a qualidade e a continuidade do cuidado durante todo o processo de modernização”, ressaltou.
Janeiro branco: Ophir Loyola qualifica atendimentos com assistência psicológica
Hospital disponibiliza serviço da equipe de 30 profissionais por 24 horas O Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, observa que o impacto psicológico ocasionado pelo diagnóstico do câncer ou de qualquer doença de alta complexidade é um momento inesperado e desafiador. As emoções e os pensamentos que surgem, entre os pacientes, podem ser intensos, variando desde a negação, raiva, tristeza, até uma sensação de impotência. Durante o processo de enfrentamento da doença, o paciente pode atravessar uma série de estágios psíquicos, semelhantes ao do luto. Por isso, além de garantir o tratamento físico, o Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, garante o apoio psicológico no atendimento aos usuários. O Hospital dispõe do auxílio de 30 profissionais da Divisão de Psicologia, que atuam 24h para promover o acolhimento e o bem-estar mental dos pacientes e familiares. Isso contribui para a construção de resiliência emocional e ajuda na adaptação ao novo contexto imposto pelo diagnóstico e tratamento. O serviço oferece um espaço de acolhimento, compreensão e cuidados direcionados à saúde mental, tanto no ambulatório quanto à beira leito. A finalidade é melhorar a qualidade de vida e auxiliar na recuperação dos enfermos. No ano passado, cerca de 75 mil atendimentos psicológicos foram realizados no hospital sede e no Centro de Cuidados Paliativos Oncológico, localizado no bairro do Jurunas. Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, os enfermos enfrentam um turbilhão de emoções, estágios que podem não ser lineares e ocorrer de forma alternada ou até repetitiva. “Inicialmente, com o impacto do diagnóstico, os pacientes têm alguns sintomas de depressão e ansiedade. Conforme são assistidos, conversando conosco durante as terapias e mantendo o tratamento psíquico, melhoram. Eles alcançam a fase de aceitação, o que facilita bastante o tratamento da doença. Muitos deles chegam aqui negando a patologia que carregam, não aceitam o diagnóstico e isso dificulta muito a adesão ao tratamento e o processo de cura, o que resulta no prolongamento do sofrimento”, destacou Michelle Fonseca. A servidora pública, Marilene Soares, moradora do município de Marabá, foi diagnosticada, em 2022, com câncer de colo do útero, aos 44 anos. “Quando eu soube do diagnóstico, eu não fiquei com medo. Decidi não me entregar ao câncer, e ter o apoio de psicólogos, da doutora Michelle, foi fundamental para eu continuar forte”, disse ela. “A nossa mente tem um poder que vai muito além do que a gente imagina. Então, eu me agarrei com o que há de melhor para conseguir forças e superar essa doença: à minha base maior que é Deus. Não estou falando de religião, cada um com a sua, mas independente de qualquer coisa, há um ser maior que zela pela nossa vida”, afirmou. Moradora do bairro do Marco, em Belém, a costureira Roseli Lima, de 63 anos, tem diagnóstico de câncer de mama, há dois anos. “Não conseguia aceitar, pensei ‘eu não posso estar com isso’. Eu gritava, chorava, berrava com Deus questionando o motivo dele fazer isso comigo. Após a minha cirurgia, decidi tentar o tratamento psicológico, que faço até hoje. A terapia mudou bastante a minha perspectiva sobre a doença e, hoje, posso afirmar, estou melhor. Consigo lidar com as coisas com mais calma e clareza”, afirmou. Texto de David Martinez, sob a supervisão de Leila Cruz.
Pará reduz tempo de espera por transplante de córnea
Em 2019, início da atual gestão estadual, era preciso esperar pelo procedimento por mais de quatro anos, e agora pode ser feito em menos de seis meses O tempo de espera por um transplante de córnea no Estado do Pará registra uma redução vertiginosa, passando de mais de quatro anos (48,4 meses), em 2019, para apenas 5,8 meses em 2024, segundo informações do Sistema Nacional de Transplantes, órgão do Ministério de Saúde responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes no país. O avanço resulta do trabalho conjunto desenvolvido pelo Banco de Tecido Ocular (BTO), do Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, e demais equipes envolvidas na captação, e do apoio da Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Os novos números refletem o impacto positivo de parcerias técnicas, e também da conscientização sobre a importância da doação, permitindo que mais vidas sejam transformadas. O aumento das doações e a otimização dos processos de captação renovam a esperança para muitos pacientes, que anteriormente aguardavam por longos períodos para serem submetidos ao procedimento. O compromisso dessas instituições garante que mais pacientes possam ter acesso ao tratamento e recuperar não apenas a visão, mas principalmente a qualidade de vida. Segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), veículo oficial da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a quantidade de córneas transplantadas entre janeiro e setembro de 2019, e no mesmo período em 2024, aumentou de 24,7 em cada 1 milhão de pessoas para 65,0. A mudança de cenário reflete o aumento no número de captações de córneas – 350 no último ano -, que somam 700 córneas doadas, considerando a bilateralidade dos olhos. O Pará ocupa atualmente a 11ª posição entre os estados que realizam esse tipo de transplante, à frente do Mato Grosso, Maranhão, Espírito Santo, Piauí, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rondônia, Alagoas, Amazonas, Tocantins e Acre, e ainda do Distrito Federal. Recomeçar – O gesto altruísta de uma família doadora resulta diretamente na possibilidade deFoto: Divulgação recomeços, como ocorreu com Fernanda Silva, 27 anos, filha de Sandra Rodrigues, 47 anos. Fernanda nasceu com limitações na fala e na visão. Mas após ser submetida a um transplante de córnea no ano passado, recuperou a visão do olho direito. “Fiquei extremamente emocionada quando soube que ela faria a cirurgia. Um dos momentos mais marcantes foi quando, durante a consulta, ela olhou para o oftalmologista e disse que ele era bonito. As doações realmente fazem a diferença. Elas salvam vidas e transformam histórias”, contou Sandra. A secretária de Estado de Saúde Pública, Ivete Vaz, afirmou que os resultados alcançados são fruto do esforço incansável de todos os envolvidos no processo. Segundo a titular da Sespa, “o aumento nas captações de córneas é um reflexo do fortalecimento da parceria entre as equipes de saúde e da maior sensibilização das famílias, que têm se mostrado cada vez mais dispostas a contribuir com a doação”. “Esse avanço representa um importante passo para a saúde pública do nosso Estado. Seguiremos investindo na capacitação de profissionais e em ações de conscientização, para garantir que mais vidas possam ser transformadas por meio da doação de órgãos e tecidos. Nosso compromisso é com a ampliação desse movimento, visando reduzir a fila de espera e proporcionar novas chances para quem precisa”, destacou Ivete Vaz. Parcerias – Responsável técnico pelo Banco de Tecido Ocular, o médico Alan Costa ressaltou que o trabalho colaborativo e a abordagem estratégica aprimorada em função do BTO foram cruciais para otimizar as doações. O oftalmologista destacou parcerias importantes, como a firmada com o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) e a Polícia Científica do Pará. “Essas colaborações permitem que tenhamos uma atuação mais ágil e eficiente na captação de tecidos oculares, garantindo que os procedimentos sejam realizados com a máxima segurança e cuidado. Continuamos a investir em treinamentos contínuos e em processos que busquem sempre a excelência, para que cada doação represente uma verdadeira transformação na vida de quem está aguardando por uma chance de recomeçar”, disse Alan Costa. Segundo o diretor-geral do HOL, Jair Graim, “os números são resultado de um trabalho comprometido e humanizado. A cada doação devolvemos não apenas a visão, mas também a esperança e a qualidade de vida para aqueles que aguardam na fila. Nosso objetivo é continuar ampliando essas ações, investindo em treinamento, infraestrutura e campanhas de conscientização, para que mais pessoas possam ser impactadas por esse gesto de solidariedade. Com o apoio do governo do Estado e a dedicação de todos, vamos seguir firmes na missão de salvar vidas e transformar realidades por meio da doação de tecidos oculares”. Quem pode doar – A doação de córnea pode ser feita após a morte de pessoas entre 2 e 72 anos de idade. Há critérios específicos de exclusão, como pacientes portadores de HIV e dos vírus causadores de Covid-19 e hepatites B e C. Os tecidos oculares podem ser retirados até seis horas após o óbito. Preservadas, as córneas têm até 14 dias para serem implantadas em um receptor. Para fazer a doação, a família pode entrar em contato com o Banco de Tecido Ocular pelos telefones (91) 3265-6759 e (91) 98886-8159 ou com a Central Estadual de Transplantes pelo telefone (91) 97400-6456.
Ophir Loyola reconstitui rosto de paciente com recurso de tecnologia 3D
Intervenção cirúrgica devolveu a estética e a funcionalidade para paciente de 65 anos em Belém “Sinto vontade de conviver com a minha família, os meus amigos”. A afirmação é de Paulo Modesto, de 65 anos. Neste mês de dezembro, ele foi submetido, no Hospital Ophir Loyola (HOL), a uma cirurgia microvasculararizada, que lhe devolveu a estética facial e a funcionalidade do rosto. O procedimento médico utilizou peças em 3D para reconstruir parte da face e a mandíbula de Paulo, vítima de um câncer de cabeça e pescoço. Paulo Modesto é mestre de obras, e perdeu parte da face após um procedimento cirúrgico para a remoção de um tumor. A equipe de cirurgia bucomaxilofacial do Hospital Ophir Loyola, utilizou uma tomografia computadorizada para fazer um planejamento cirúrgico 3D e gerar um protótipo 3D, em tamanho real da região afetada da face, com simulação virtual da operação. O paciente recorda que são 21 anos de tratamento, sete cirurgias e recidivas, contudo a complicação ocorreu em razão da cirurgia de remoção do tumor da face, deixando uma deformidade no rosto dele e o osso da mandíbula exposto e sem vitalidade. A situação do paciente se agravou e ele precisou aguardar até ter condições clínicas de passar por uma nova intervenção cirúrgica. Apesar da situação nada favorável, o paciente encontrava nos amigos e na família o apoio e as forças necessárias para seguir com o tratamento. “Eu perguntava à minha mulher, será que vale à pena sobreviver? Mas ela dizia: ‘vale, sim, se você não sobreviver, o que vai ser de mim?’. Eu estava preocupado, com certeza. Quando fui para o bloco cirúrgico, eu me entreguei na mão de Deus. Senhor, faça comigo o que tem que fazer. Mas agora estou aqui, em recuperação. Antes da cirurgia, eu me sentia incapaz de sobreviver, como se eu já tivesse desistido da vida, me entregando. Depois da cirurgia o pensamento mudou, sinto aquela vontade de conviver com a minha família, com os meus amigos, voltar para casa”, contou o paciente. A reconstrução, executada pelas equipes de cirurgia bucomaxilofacial e cirurgia plástica, foi realizada a partir do retalho da fíbula (osso longo da perna localizado na região da panturrilha) juntamente com veia e artéria. Isso permitiu reconstruir a parte óssea, o músculo, a pele e face de Paulo, ligando a artéria e veia da pele do retalho na veia e artéria do pescoço. A cirurgia teve caráter estético e funcional, pois após o acompanhamento fonoaudiológico pós-operatório o paciente voltará a manter uma alimentação via oral e não pela sonda. Metodologia – De acordo com a equipe do Ophir Loyola, realizou-se um planejamento virtual 3D a partir da imagem do exame de tomografia computadorizada, seguido da confecção de guias cirúrgicos de corte com impressão tridimensional (dispositivos temporários que ajudam no posicionamento da mandíbula ou maxila durante um procedimento cirúrgico) para ajudar os cirurgiões a realizar cortes precisos. Coordenador da cirurgia bucomaxilofacial do Ophir Loyola, Marcelo Carneiro explicou que a cirurgia iniciou com a remoção do osso necrótico e preparo do local para receber o retalho pelo cirurgião buco maxilo facial. “As guias impressas são instaladas no paciente para podermos realizar cortes precisos na região da mandíbula, onde ocorreu a ressecção do osso que estava sem vida. Utilizamos também outro guia para fazer a osteotomia da fíbula e ter o tamanho exato desse osso e inserimos na falha óssea da mandíbula, com isso obtemos um excelente resultado, mais rápido e preciso.” “É um trabalho em conjunto, enquanto o cirurgião plástico, Dr. Rui Azevedo, fazia a remoção do retalho da fíbula junto com o osso, músculo e pele, eu ressecava o osso sem vida e preparava o local receptor. A sutura da artéria e da veia é realizada com um fio bem delicado que só pode ser visto com o microscópio, isso garante a vitalidade para os tecidos transplantados”, informou Marcelo Carneiro. Cirurgia bucomaxilofacial – É uma especialidade da odontologia responsável por tratar as sequelas da radioterapia, quimioterapia, assim como de procedimentos cirúrgicos oncológicos na região da boca, dos maxilares e da face dos pacientes. Um paciente submetido a uma cirurgia de remoção de tumor na maxila, por exemplo, fica com uma comunicação direta da boca com o nariz, isso prejudica a fala e a alimentação. Com o procedimento microvascularizado de correção, os problemas são sanados. “Existem casos de comunicação buco-sinusal em que não é indicada a cirurgia microvascular, então utilizamos prótese obturadora para que esse paciente volte a se alimentar e a falar de uma forma mais satisfatória. Muitos ficam reclusos e não querem sair de casa para evitar olhares curiosos ou se sentirem constrangidos quando o alimento sai pelo nariz. Não conseguem conversar, a voz sai anasalada e fica de difícil entendimento. As cirurgias ou reabilitação com próteses conseguem devolver não somente a estética, mas também a funcionalidade para que essas pessoas retornem ao convívio social e consigam viver com dignidade e qualidade de vida”, informou o cirurgião bucomaxilofacial. Para o trabalhador Paulo Modesto, a dignidade passa, entre outras coisas favoritas, por poder degustar alimentos e voltar a fazer passeios em família. “Quando sair daqui, quero comer um peixe assado com açaí… Sei lá, ir à praia com a minha família, como eu sempre fazia. Além disso, ir para o trabalho, porque eu estou afastado, mas a empresa me paga. Então, no momento, eu tô muito feliz. Todo mundo chega comigo e comenta que a minha recuperação tá ótima, tá boa. Isso me dá força. A cirurgia foi como viver de novo, uma nova oportunidade que Deus me deu”, afirmou ele.
Hospital Ophir Loyola abre seleção para Especialização Técnica em Radioterapia
Capacitação inédita no Norte do Brasil, ofertada em parceria com a Fiocruz, oferece oito vagas para profissionais técnicos em Radiologia O Hospital Ophir Loyola (HOL) abriu inscrições para o primeiro Curso de Especialização Técnica de Nível Médio em Radioterapia da região Norte do Brasil. A formação é ofertada em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O certame oferta oito vagas destinadas aos profissionais técnicos em Radiologia com registro no Conselho Profissional (CRTR) ativo, que tenham interesse em se especializar nesta área, sem fins de vinculação empregatício. Qualquer pessoa com 18 anos de idade, com certificado de conclusão do Ensino Médio, certificado de conclusão do Curso Técnico em Radiologia e declaração de relação de trabalho na área de Radiologia, público ou privado, poderá realizar o processo seletivo. O curso será ministrado entre os meses de março e outubro deste ano, e terá 300 horas teóricas e 600 horas práticas. O Processo Seletivo será realizado em duas etapas: prova objetiva de múltipla escolha (de caráter eliminatório e classificatório) e entrevista com avaliação da carta de apresentação/intenção (de caráter classificatório). Os candidatos serão informados sobre o resultado da prova escrita e do agendamento da entrevista (data e hora) pelo site do Hospital Ophir Loyola, no dia 18 de fevereiro de 2025. Expansão – De acordo com a assessora pedagógica do curso, Lenita Silva Cordeiro, a criação do processo seletivo está em consonância com a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) e o Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (PER/SUS). A pedagoga ainda destacou a importância da promoção do projeto para o Estado do Pará. “A criação desse Curso de Especialização Técnica de Nível Médio em Radioterapia no HOL, em parceria com a Fiocruz, uma instituição de excelência em Ciência e Tecnologia em Saúde no Brasil, é extremamente significativa para o Pará e toda a região Norte. A qualificação de profissionais especializados é fundamental para o fortalecimento do sistema de saúde pública e privada, ampliando a capacidade de atendimento aos pacientes oncológicos”, afirmou. Como se inscrever? – A inscrição ao processo seletivo será realizada presencialmente, de 5 a 7 de fevereiro, das 9h às 16h, na Divisão de Ensino da Diretoria de Ensino e Pesquisa do Hospital Ophir Loyola. Deverá ser realizada pelo candidato ou representante legal devidamente documentado. A taxa de inscrição é de R$ 80,00 (oitenta reais). A íntegra do edital está disponível no site do HOL. Texto: David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz – Ascom/HOL
Pará atinge em 2024 a marca de 700 córneas doadas
O Estado, que mantém o Banco de Tecido Ocular no Hospital Ophir Loyola, saiu da penúltima posição para a 12ª posição entre os 24 estados que realizam esse tipo de transplante Para aqueles que aguardam na fila por um transplante de córnea, o momento mais esperado é a notificação de que o tecido ocular está disponível. A solidariedade de um doador pode transformar vidas, a exemplo da história de Eronilda Marcelino, 72 anos, que após receber o transplante recuperou a visão e voltou à rotina diária. Hoje, ela consegue realizar as tarefas domésticas com facilidade, e retomou a prática da costura. Agora, busca incentivar outros doadores. “Antes era um sofrimento muito grande. Eu estava acostumada a ver, fazer tudo. Eu quero incentivar as pessoas para que sejam doadoras, independente do órgão, porque se hoje eu estou enxergando, foi porque eu ‘ganhei’ uma córnea de outra pessoa. A minha cirurgia foi muito bem sucedida, graças a Deus. Depois que eu fiz a cirurgia só veio felicidade para mim, porque eu pude enxergar maravilhosamente bem. Hoje, eu faço tudo o que uma dona de casa faz. Lavo, passo, cozinho, cuido da minha netinha, costuro, saio e resolvo tudo”, contou. Eronilda Marcelino está entre os beneficiados pela doação de 350 córneas captadas no Pará no período de janeiro a 26 de dezembro deste ano. Considerando a bilateralidade dos olhos, são 700 córneas doadas. Esse número já superou o recorde anterior, de 346 doações (692 córneas), registrado em 2023, conforme dados do Banco de Tecido Ocular (BTO) do Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém.A marca fez o Pará sair da penúltima posição no ranking nacional e subir para o 11º lugar entre os 24 estados que realizam esse tipo de transplante, com 4,3 doadores por milhão de habitantes, segundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Sensibilização – Segundo o responsável técnico pelo BTO do “Ophir Loyola”, oftalmologista Alan Costa, o aumento crescente de doações é justificado pelo avanço nas ações de promoção e sensibilização, e pelos acordos de cooperação técnica firmados entre o Hospital, o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) e o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), da Polícia Científica do Pará (PCEPA), sob a coordenação da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). “O BTO tem uma extensão que funciona dentro do Centro de Perícia Científica, onde a nossa equipe se faz presente verificando potenciais doadores, tanto no Instituto de Medicina Legal por Mortes Acidentais, como também no Serviço de Verificação de Óbito. Nós percebemos, em um futuro próximo, um cenário otimista, em que a gente consiga realmente manter esses avanços e parcerias, e avançar no processo de doação”, destacou. O médico Alan Costa ressaltou ainda que, graças a avanços significativos, o tempo de espera para uma doação de córnea foi drasticamente reduzido. “Se antes o paciente precisava aguardar até cinco anos, hoje essa espera foi encurtada para menos de 12 meses, proporcionando mais rapidez e esperança para aqueles que dependem dessa cirurgia para melhorar a qualidade de vida e recuperar a visão”, informou o especialista. Equipe do BTO avalia o tecido ocular Como doar? – A doação pode ser realizada por quem for a óbito, entre 2 até 72 anos. Há critérios específicos de exclusão, como pacientes portadores de HIV e dos vírus causadores de Covid-19 e hepatites B e C. Os tecidos oculares podem ser retirados até seis horas após o óbito. Preservadas, as córneas têm até 14 dias para serem implantadas em um receptor. Para fazer a doação, a família pode entrar em contato com o Banco de Tecido Ocular pelos telefones (91) 3265-6759 e (91) 98886-8159 ou com a Central Estadual de Transplantes (CET), pelo telefone (91) 97400-6456. Texto: David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz – Ascom/HOL
OPHIR LOYOLA OFERTA PRÓTESES PARA PACIENTES QUE TIVERAM CÂNCER DE LARINGE
Dispositivo é uma alternativa de comunicação para pessoas submetidas à laringectomia total Mais comum em homens com idade a partir dos 50 anos, que faziam uso concomitante do álcool com o cigarro, o câncer de laringe deixa sequelas fisiológicas e emocionais. A remoção da laringe, procedimento necessário no tratamento, dificulta a deglutição, redução do olfato e paladar, além de privar o indivíduo da voz. Essa condição também impacta negativamente a autoimagem, a autoestima, afetando e, consequentemente, as relações sociais. Um pequeno dispositivo de silicone inserido na garganta por meio de incisão, a prótese vocal passou a ser ofertada pelo Hospital Ophir Loyola (HOL) com o intuito de promover a reabilitação de pacientes submetidos à laringectomia, procedimento indicado para o tratamento do câncer na laringe. Conforme o HOL, a reabilitação dos pacientes exige uma abordagem multidisciplinar. A fonoaudiologia desempenha um papel fundamental ao ensinar técnicas alternativas de comunicação e, quando necessário, orientar sobre o uso de dispositivos para a produção de uma nova voz. Além da voz esofágica (som natural do esôfago) e da laringe eletrônica – o dispositivo eletrônico portátil permite a emissão de sons através da vibração da musculatura do pescoço logo no pós-operatório. Os pacientes acompanhados pela Cirurgia de Cabeça e Pescoço agora têm a possibilidade de emitir uma voz mais natural em termos de fluência e fraseado. É o caso do aposentado Nazareno Silva, 60 anos. Nazareno, após retirar a laringe, perdeu a capacidade de se comunicar verbalmente e trocou, recentemente, a laringe eletrônica por uma prótese. “Foi difícil quando eu perdi a voz, quando eu tinha que me comunicar com as pessoas e não sabia como. As pessoas não entendiam o que eu falava. Eu fiquei muito sentido quando soube que estava com câncer, fiquei muito triste, mas me recuperei”. “Ficar sem falar é difícil, porém ganhei uma laringe eletrônica e saí daquele mundo de silêncio. No final de agosto passei pela cirurgia para colocar a prótese e voltei a falar de novo, pensava que nunca ia voltar a conseguir, mas as fonoaudiólogas me ajudaram e estou feliz”, destacou o paciente Nazareno Silva. Ele agora não tem uma voz mecânica, explica a fonoaudióloga do HOL, Brena Habib. “Consideradas padrão ouro em reabilitação vocal, as próteses fonatórias são os dispositivos mais modernos utilizados para reabilitação vocal no mundo. Esses dispositivos funcionam como uma válvula que permite a passagem do ar da traqueostomia (abertura no pescoço) à boca, promovendo vibração e produção de som semelhante ao das cordas vocais, com menos esforço e mais conforto para o paciente”. Cirurgias – A intervenção cirúrgica para a inserção de uma prótese vocal é realizada sob anestesia geral e envolve a criação de uma fístula entre a via alimentar e a via respiratória. A prótese é implantada nesse local e quando o paciente fecha a traqueostomia, o ar é redirecionado para o esôfago, fazendo-o vibrar e gerar som. O procedimento pode ser realizado 20 minutos após a remoção da laringe ou conforme definido pelo cirurgião de cabeça e pescoço. Após a cirurgia, a reabilitação com fonoaudiólogo é feita para ajudar no refinamento vocal, treinar a articulação e melhorar a vocalização com exercícios específicos para que o paciente consiga emitir um som mais natural da voz. Pelo menos uma vez na semana, o paciente precisa ser acompanhado pela equipe de fonoaudiologia a fim de consiga obter um melhor desempenho vocal. “A reabilitação vocal devolve a qualidade de vida ao paciente, permite que ele saia do mundo do silêncio para o mundo da comunicação. A remoção da laringe não é o fim, pois a reabilitação surge para preencher o vazio, o silêncio sonoro. A prótese vocal pretende melhorar a qualidade de vida do paciente e restaurar a capacidade de se comunicar”, destacou a fonoaudióloga Brenna Habib. Texto: Leila Cruz – Ascom HOL