Momento de socialização trouxe relatos de superação e inclusão de pacientes que passaram pela remoção da laringe O Hospital Ophir Loyola, em parceria com a Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil) e o Grupo de Acolhimento do Laringectomizados (GAL) promoveu, na última segunda-feira (16), o evento “Natal dos Laringectomizados”, uma iniciativa solidária e humanizada que visa proporcionar um momento de confraternização e apoio emocional aos pacientes que passaram por laringectomia. Durante a programação, foram realizadas atividades especiais que incluíram momentos de interação, com música e presentes, proporcionando um clima de acolhimento e alegria. Um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontou que o câncer de laringe acomete principalmente homens, a partir dos 70 anos, e é o terceiro tumor mais prevalente na região da cabeça e pescoço, excetuando-se os tumores de pele não melanoma. Os principais fatores de risco são o tabagismo e o etilismo (abuso de substâncias alcoólicas). Em termos de mortalidade, ocupa o 9º lugar nos homens e o 20º lugar entre as mulheres. A Divisão de Fonoaudiologia do HOL desenvolve um trabalho de orientação na Clínica de Cabeça e Pescoço, além de atuar na reabilitação de pacientes no ambulatório. “O hospital assiste 35 pacientes laringectomizados, pessoas que perderam a laringe devido ao câncer em estágio avançado e passam por reabilitação vocal com a nossa equipe. Oferecemos um atendimento de alta complexidade com acompanhamento fonoaudiológico no pré-cirúrgico, no momento da cirurgia, no transoperatório e pós-cirurgia. É a única instituição de saúde no Estado a realizar esse tipo acompanhamento”, informou a fonoaudióloga, Marilu Wakimoto. “Buscamos aperfeiçoar a comunicação, promover a socialização entre os membros do grupo e a inclusão social, aspectos fundamentais durante o enfrentamento da doença. E, esse encontro vem justamente fortalecer os laços e promover o bem-estar e a autoestima dos nossos pacientes, que muitas vezes enfrentam desafios no processo de recuperação e reintegração social devido às sequelas ocasionadas pela laringectomia”, destacou a fonoaudióloga. O comerciante Leonel Vergolino, de 57 anos, foi diagnosticado com câncer de laringe há cerca de dois anos. Ele passou pela primeira cirurgia de laringectomia para tratar o tumor e ficou com as capacidades vocais comprometidas, após seis meses o câncer retornou e uma segunda cirurgia foi realizada e atualmente faz uso de uma prótese vocal. Leonel é o único paciente da Clínica de Cabeça e Pescoço que consegue se comunicar por duas vozes, produzida pela prótese e a esofágica, produzida pelo esôfago. “Lembro que fui me consultar com o especialista e já saí de lá direto para a cirurgia, a princípio, fiquei muito triste, assustado, mas tenho seis filhos e pensei assim: ‘Estou vivo, preciso cuidar das minhas crianças’. Não é fácil perder a voz de uma hora para outra. A prótese foi um presente de Deus, tenho muito a agradecer ao hospital, consigo falar, ganhei volume na voz e consigo me comunicar melhor com aspessoas”, disse. Outro relato é o do idoso Edivaldo Moreira, 74 anos, que foi laringectomizado há 10 anos. Ele conta o impacto que a laringe eletrônica teve na vida dele e a importância do atendimento promovido pelo hospital após a perda do órgão. “Com esse aparelho, eu consegui me comunicar novamente, fazer compras e conseguir ser compreendido pelas pessoas. O atendimento das fonoaudiólogas é de extrema importância, pois devolve a capacidade de falar para nós, pacientes”, afirmou. Texto: David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz
OPHIR LOYOLA PREMIA OS MELHORES TRABALHOS ACADÊMICOS DIVULGADOS NO INÉDITO CONGRESSO DE ONCOLOGIA AMAZÔNICO
Dos 720 trabalhos divulgados, 3 foram consagrados com excelência O I Congresso Amazônico de Oncologia realizado pelo Hospital Ophir Loyola (HOL), no Centro de Convenções da Amazônia (Hangar), proporcionou a divulgação de diversos trabalhos acadêmicos voltados à área da saúde. A iniciativa da instituição valida o compromisso dela com a educação aliada ao bem-estar. Neste início de semana, o HOL premiou os três melhores trabalhos científicos apresentados no congresso, que ocorreu nos dias 14 a 16 novembro. A premiação ocorreu no auditório Luiz Geolás e contou com a presença do diretor-geral da instituição, Jair Graim, que destacou a importância do debate sobre inovações e avanços, prevenção, diagnóstico e tratamentos de doenças de alta complexidade que acometem a população da região. “Todos nós que labutamos na arte da saúde, um dia já escrevemos alguma coisa. É muito gratificante entregar esse prêmio a vocês. Além disso, sou grato às pessoas que trabalharam nesse congresso, sem as quais não poderia ocorrer, portanto, sintam-se todos abraçados, parabenizados e que, como todos já dissemos aqui, que esse congresso seja o primeiro de muitos que virão pela frente”, afirmou o gestor. A diretora de Ensino e Pesquisa do HOL, Margaret Maria Braun, também estava presente durante o evento e direcionou a fala às equipes premiadas pelo HOL. “Durante o congresso, avaliamos trabalhos belíssimos, e dos 720 trabalhos apresentados, apenas três foram premiados como os melhores. Então, muito obrigada a essa Comissão que trabalhou diuturnamente para o sucesso desse momento aqui, para que pudéssemos estar aqui vivendo esse momento”, destacou a diretora. A primeira posição foi reservada ao trabalho que constata a avaliação da qualidade de exames citopatológicos no Estado do Pará, método que faz o rastreamento do câncer do colo do útero, terceiro tipo de neoplasma maligno mais incidente em mulheres, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Os autores foram os alunos do 4° semestre do curso de enfermagem da Faculdade Integrada da Amazônia (Finama), Thalia Moura, Anna Silva e Lucas Trindade. “É um momento de muita alegria para mim, porque eu nunca imaginei estar onde nós estamos, em primeiro lugar. O meu sonho é me especializar em oncologia pediátrica. Então, eu queria agradecer à minha mãe e ao meu pai que sempre me incentivaram. E, sobre os estudos, dizer o quão importante é o ensino, a pesquisa e a extensão. Importante para nossa sociedade”, ressaltou a acadêmica em enfermagem, Thalia Moura. Na segunda e terceira posição, respectivamente, a premiação consagrou o estudo do perfil epidemiológico e espacial de pacientes com câncer de cabeça e pescoço, que foram atendidos em um hospital de referência oncológica no município de Belém/PA e a análise da educação em saúde e oncologia, destacando o uso de tecnologia leve para letramento de paciente e familiares. Texto de David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz
OPHIR LOYOLA DEBATE O ACESSO AOS CUIDADOS INTEGRADOS NA ATENÇÃO ONCOLÓGICA
A cada ano, mais de 9 mil novos casos de câncer são diagnosticados no Estado, sem contabilizar os pacientes que estão em tratamento contra a doença O Hospital Ophir Loyola (HOL) reuniu profissionais de saúde para debater o protocolo de acesso do paciente aos serviços especializados da rede integrada de atenção oncológica no Pará. A programação alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado na quarta-feira, 27, contou com a presença da coordenadora Estadual de Oncologia, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Patrícia Martins. Dentre os tópicos abordados no vento, foram destacados a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa Nacional de Navegação da Pessoa com Diagnóstico de Câncer. A cada ano, mais de 9 mil novos casos de câncer são diagnosticados no Estado, sem contabilizar os pacientes que estão em tratamento contra a doença. Segundo a representante da Sespa, o principal desafio é garantir a equidade no acesso aos cuidados aos usuários do SUS, tanto em ambiente ambulatorial quanto hospitalar. “O protocolo de acesso foi aprovado desde 2021 a fim de facilitar o acesso à média e alta complexidade em oncologia, desde a consulta aos exames especializados. A ideia é possibilitar o diagnóstico precoce conforme a Lei dos 30 dias e, após a confirmação do câncer, assegurar o início do tratamento oncológico em até 60 dias. Então, o protocolo vem para clarear e ajudar os profissionais de saúde a conduzirem a navegação do paciente na rede de atenção para que ele consiga ter esse diagnóstico e o tratamento precoce”, afirmou. Além disso, Patrícia Martins ressaltou o avanço das políticas públicas voltadas para oncologia em âmbito nacional, por exemplo, a “Lei dos 30 Dias”, aprovada em outubro de 2019, uma legislação que garante que pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com suspeita de câncer tenham os exames diagnósticos realizados em até 30 dias. Segundo a gestora, o País tem evoluído bastante desde a instituição da primeira Política Nacional de Atenção Oncológica (PNAO) em 2005, hoje inserida no SUS. “Atualmente, existe a legislação que compreende a importância das inovações tecnológicas, os avanços na parte da oncologia infantil, que é um novo desafio e, principalmente, a ampliação da rede de oncologia com descentralização das unidades de alta complexidade de oncologia por todo o Brasil”, afirmou. Patrícia Martins destacou inclusive o trabalho desenvolvido pela Sespa para fortalecer os serviços de média complexidade nas unidades de saúde, tanto nas policlínicas quanto nos hospitais regionais. “São mais de 20 polos em todo o estado para fazer o diagnóstico precoce dos tipos de câncer mais prevalentes, como câncer de colo de útero, câncer de mama, próstata, cólon e reto e estômago. Esses serviços possuem um olhar diferenciado para prestar cuidados integrados a esses tipos de câncer mais incidentes na população paraense”, ressaltou. Incidência – Segundo a coordenadora de oncologia da Sespa, o Pará tem uma incidência peculiar em relação ao restante do País. As taxas estimadas para o triênio 203-2025 do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que os cânceres com maior incidência no público feminino paraense são os de mama (1.020 – 23,88), colo de útero (830 – 19,48), cólon e reto (350 – 8,50) e estômago (340 – 8,11), nessa ordem no ranking. Para o sexo masculino, nesse mesmo período, o Instiuto indica que os cânceres mais prevalentes são o de próstata (1.050 – 28,41), estômago (640 – 17,20), traqueia, brônquio e pulmão (380 – 10,72) e na quarta posição está o câncer de cólon e reto (290- 7,66). Além disso, Patrícia Martins ainda destacou que a leucemia, câncer que afeta as células sanguíneas, é o quinto (200 – 4,66) mais incidente nos homens e o sexto (160 – 3,95) nas mulheres paraenses. Fatores de risco – O câncer é uma doença multifatorial, ou seja, é resultado da interação de diversos fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença. O tabagismo está associado a vários tipos de câncer e é responsável por cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão. As infecções virais também assumem um papel importante na oncogênese, dentre os quais se destacam o Papilomavírus Humano (HPV), o H. Pylori, Epstein-Barr virus (EBV) e os vírus da Hepatite B e C. “A vacinação contra o HPV é muito importante na prevenção dos cânceres de colo de útero, pênis, ânus, vulva, orofaringe e boca. Contudo, como a região Norte não atingiu a meta de 80% da cobertura vacinal, a imunização foi estendida até 19 anos e com apenas uma dose.Precisamos incentivar a vacinação em nosso Estado que tem grande incidência do câncer de colo de útero, que é 99,99% prevenível e tratável se diagnosticado precocemente”, afirmou. Vale também destacar a manutenção dos bons hábitos alimentares, a importância de evitar a inatividade física e a obesidade. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% dos casos de câncer estão relacionados a maus hábitos alimentares. Entre os alimentos que oferecem risco estão, carnes vermelhas, frituras, refrigerantes e alimentos processados. Além do abuso no consumo de bebidas alcoólicas. A representante da Sespa ainda comentou sobre o “Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE)”, uma estratégia do Ministério da Saúde que busca aumentar o acesso e a qualidade da Atenção Especializada em Saúde (AES). “Essa oferta de cuidado não é só para oncologia, serve para todos os tipos de especialidades médicas, mas é, principalmente, direcionada para a oncologia, garantindo acesso a diagnósticos, consultas, exames e cirurgias”, destacou. Texto: David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz
MAIS DE 250 PACIENTES FORAM ATENDIDOS COM CÂNCER DE PÊNIS NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA
Doença pode causar perda total ou parcial do órgão e é um dos cânceres mais incidentes em homens das regiões Norte e Nordeste O câncer de pênis é alvo dos esforços nacionais em prol da saúde masculina, a campanha Novembro Azul. A doença está associada à vulnerabilidade social e fatores culturais, como cuidados inadequados e higiene da região íntima que, muitas vezes, é um tabu. Somente no ano passado, foram registradas 651 amputações e 454 óbitos em decorrência do câncer no órgão genital masculino, segundo dados registrados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Apesar de rara, a neoplasia maligna de pênis representa 0,4% de todos os tipos de câncer que atingem os homens brasileiros, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Conforme um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde (MS), de 2012 a 2022 foram registrados mais de 21 mil casos de câncer de pênis no país e mais de 6 mil amputações de 2013 a 2023. Ainda segundo dados, mais de 4 mil mortes foram causadas pela doença de 2011 a 2021. O Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Pará – Hospital Ophir Loyola atendeu mais de 250 pacientes entre 2021 e 2024, realizando 87 penectomias (remoções totais ou parciais do pênis) nesse período. De acordo com o urologista reconstrutor do hospital e atual presidente da Sociedade Brasileira de Urologia do Pará, Luis Otávio Pinto, muitos casos de amputação ainda são inevitáveis. “Isso ocorre porque, frequentemente, os pacientes só procuram ajuda médica quando o câncer já está em estágio avançado, o que torna impossível preservar a estrutura do órgão. A maioria dos pacientes vem de áreas mais isoladas, como as regiões de ilhas”, explicou o especialista. Ele ainda ressaltou que, embora o câncer de pênis ocupe o oitavo ou nono lugar entre os tumores urológicos (que incluem próstata, rim e bexiga), está entre os três mais incidentes no estado, competindo diretamente com o câncer de próstata (o mais comum) e de bexiga, além de apresentar uma taxa de incidência muito próxima ao câncer de rim. Alguns fatores são responsáveis pelo aumento na taxa de desenvolvimento do câncer de pênis, como baixas condições socioeconômicas ou de instrução, má higiene íntima, a não redução do prepúcio, homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio, a pele que reveste a glande) e a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). “Água e sabonete evitam o acúmulo de secreções que podem causar a proliferação de bactérias e gerar processos inflamatórios crônicos. A limpeza deve ser diária, com enxágue e secagem, sobretudo após a masturbação e relações sexuais. Também é imprescindível a cirurgia de retirada do excesso de pele que recobre o pênis e dificulta a higiene da glande, e a vacinação contra o HPV”, orientou. Embora seja mais incidente em homens acima dos 50 anos, homens mais jovens podem ser acometidos pela neoplasia que, se diagnosticada em estágio inicial, apresenta elevada taxa de cura. Por isso, especialistas do HOL recomendam que ao notarem lesões ou tumorações na genitália, os homens procurem ajuda médica o quanto antes. Como identificar? – Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta uma alta taxa de cura. No entanto, uma grande parcela dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões ocorrerem. A manifestação clínica mais comum é o surgimento de uma ferida ou úlcera persistente, além de uma tumoração, aumento no volume de alguma parte do corpo, localizada na glande (cabeça do pênis), ou no prepúcio (corpo do pênis). Secreções com odor forte, mudanças na cor da genitália e a identificação de caroços na região da virilha também são alertas de progressão da doença. Além disso, quando o paciente apresenta um desses sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), pode ser um indicativo de câncer no pênis. Em casos mais graves, é importante atentar para a presença de linfonodomegalias inguinais (ínguas) – estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas, portanto, podem ser sinal de progressão da doença para outros órgãos do corpo. Vale destacar que algumas dessas lesões podem estar escondidas debaixo do prepúcio, quando o paciente não consegue expor a glande devido à fimose, excesso de pele que recobre o pênis dificultando que a glande seja exposta. Caso qualquer alteração seja encontrada, um urologista deverá ser consultado. Tratamento – O tratamento para o câncer de pênis depende da extensão do tumor e do comprometimento dos gânglios linfáticos inguinais. A intervenção consiste na remoção da lesão, um procedimento cirúrgico que retira parcialmente ou totalmente o órgão, a penectomia parcial ou total. Após a cirurgia, a cura é possível até mesmo nos casos de metástase inguinal. A radioterapia e quimioterapia podem ser utilizadas em casos de recidiva, quando o câncer retorna, ou para paliação em casos considerados não cirúrgicos. Faloplastia – Vale também destacar a faloplastia, um procedimento cirúrgico que, apesar de não ligado diretamente ao tratamento do câncer de pênis, é responsável por elevar a qualidade de vida dos pacientes que são acometidos pela doença. A faloplastia é uma cirurgia plástica que pode ter vários objetivos, como aumentar ou melhorar a aparência do pênis. Mas, no HOL, sob o contexto da doença, é usado para reconstruí-lo, ato classificado como neofaloplastia. Luis Otávio Pinto destaca que é essencial para o procedimento que o paciente já esteja com pelo menos 5 anos sem a presença do tumor. “O objetivo do neofalo é urinar em pé e o ato penetrativo. As funções sexuais, por exemplo, a ereção, não é mantida. A gente acaba tendo que utilizar nesse neofalo uma prótese peniana para que haja ereção, garantindo o orgasmo. Mas se o paciente chegar em fase inicial, é possível fazer os procedimentos poupadores de pênis, que também são cirurgias plásticas, mas não deixam com aspecto de órgão amputado, fica mais funcional, praticamente sem alterações. Para realizarmos o procedimento poupador, a doença deve estar limitada, porém, os pacientes ainda têm dificuldade de buscar ajuda para serem atendidos em tempo hábil”, afirmou. Serviço – Para ser atendido no Hospital Ophir Loyola, o
OPHIR LOYOLA DIVULGA RESULTADO DE 25 ANOS DE TRANSPLANTE RENAL
No período de 1999 até o momento presente, foram realizados 777 procedimentos na unidade hospitalar “Quanto mais a sociedade compreender a importância de manifestar, ainda em vida, o desejo de doar órgãos no momento da morte encefálica, mais chances se abrem para que milhares de pacientes que aguardam por um transplante possam ter uma segunda chance de viver”. O apelo foi unânime entre os profissionais presentes em uma das últimas mesas-redondas do I Congresso Amazônico de Oncologia do Hospital Ophir Loyola (HOL), realizado neste sábado, 16, no Hangar. Durante o debate “Cihdott: 25 anos de transplante”, foram discutidos temas como o papel da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott), os avanços no transplante renal e a comemoração dos 25 anos do transplante renal no Pará. O cirurgião e coordenador da comissão do hospital, que atualmente é composta por cinco profissionais de diferentes áreas, Jair Graim, explica os procedimentos para quem deseja ser doador de órgãos. “A única coisa que a pessoa precisa fazer é comunicar claramente aos seus familiares, até o terceiro grau, o desejo de doar seus órgãos caso venha a falecer.” A princípio, trata-se de uma atitude simples, que poderia trazer esperança aos pacientes que se encontram na fila de espera por um órgão. No entanto, a realidade é mais complexa. “Embora muitas vezes a família respeite a decisão e nos procure antecipadamente para comunicar o desejo do ente querido, também há momentos em que, devido ao impacto emocional, a família acaba se recusando a autorizar a doação”, explica o coordenador. Ele reforça que é completamente compreensível que uma pessoa enlutada resista à doação, e essa decisão é tratada com respeito pela equipe. “O papel principal da Cihdott, nesse momento, não é buscar a doação de órgãos e tecidos, mas, sim, oferecer acolhimento ao familiar. Às vezes, uma palavra de conforto pode até levar a uma mudança de decisão”, afirma Jair Graim. Ele explica que, embora já tenha ocorrido essa mudança de opinião em alguns casos, a equipe ainda enfrenta mais “não” do que “sim”, sendo essa resposta, muitas vezes, influenciada pelas crenças religiosas das famílias. O trabalho diário da equipe multiprofissional é focado na busca ativa, com o objetivo de identificar potenciais doadores dentro do hospital. “Não podemos ultrapassar os limites da nossa instituição, mas agora estamos realizando campanhas de conscientização fora dos muros do hospital, e a receptividade tem sido muito positiva, especialmente nas faculdades. Os estudantes, em geral, têm o poder de levar essas informações para seus familiares”, comenta o coordenador, demonstrando otimismo. O transplante – “O transplante não é tão simples, nem tão rápido. No entanto, de todas as etapas, a cirurgia é mais rápida: levamos de duas a três horas. O pré-transplante e pós-transplante são etapas muito mais demoradas e dependem de uma equipe multidisciplinar”, pontua o urologista Frederico Andrade. Diante de um público atento, o médico destaca que o transplante renal é a principal indicação para pacientes em diálise – uma técnica que substitui as funções renais em pessoas incapazes de eliminar resíduos e excesso de líquidos do corpo. O objetivo do transplante, afirma Andrade, é proporcionar maior independência ao paciente, embora não totalmente. O cenário atual ainda está longe de ser o ideal, resume Frederico Andrade: “O número de transplantes realizados é muito inferior à demanda, com uma grande disparidade em relação ao número de pacientes na fila de espera. Embora o número de transplantes tenha aumentado, ainda não é proporcional ao crescimento da fila”, afirma o especialista. Para ilustrar a situação, ele fornece dados concretos: “No ano passado, foram realizados pouco mais de 6 mil transplantes renais no Brasil, enquanto mais de 33 mil pacientes aguardam na fila, sendo 1% deles crianças”, compara. Atualmente, complementa o especialista, o hospital da Santa Casa realiza transplantes em crianças com peso superior a 15 quilos e com até 18 quilos. Já o Hospital Ophir Loyola, realiza transplantes em pessoas com mais de 18 kg e com até 70 kg. Frederico Andrade ressalta, no entanto, que todo esse processo depende da disponibilidade de órgãos doados, e os índices de doação no Brasil precisam melhorar. “Esperamos alcançar os níveis de Santa Catarina e Paraná, que são os estados com os maiores índices de doação no Brasil. Estamos na outra ponta do Brasil”, lamenta o médico. Pioneirismo – Responsável pelo serviço de Nefrologia do Hospital Ophir Loyola, a nefrologista Silvia Cruz foi responsável pela realização do primeiro transplante renal da região Norte, no estado do Pará, tornando-se uma referência até hoje. Durante sua apresentação, ela fez um panorama das mais de duas décadas e meia de transplantes renais no estado. Silvia ressalta a distância significativa entre o primeiro transplante realizado no mundo, em 1954, e o primeiro procedimento no Pará, em 1999, evidenciando o avanço e os desafios enfrentados ao longo desse período. “No Hospital Ophir Loyola, realizamos o primeiro transplante renal com doador vivo, e atualmente já alcançamos a marca de 777 transplantes realizados. Também fomos pioneiros ao realizar o primeiro transplante com doador falecido, algo inédito na região Norte até então. Esse feito ocorreu em dezembro de 2000”, relata a cirurgiã. Alem disso, ela também explica que, historicamente, a média anual de transplantes é de 35, mas houve anos de maior destaque. “Chegamos a realizar 54 transplantes em um único ano e, na época, acreditei que poderíamos alcançar 100. No entanto, há uma variação significativa de ano para ano. Por exemplo, durante a pandemia de covid-19, a quantidade caiu drasticamente, com apenas 9 transplantes realizados, uma realidade que se repetiu em todo o país”, lembra Silvia Cruz. Silvia Cruz observa que, à medida que aumenta o número de doadores falecidos, o número de doadores vivos tende a diminuir, o que é considerado um fenômeno normal. “No Brasil, a média de doadores vivos é de apenas 3,8%. Em geral, há uma preferência pelo doador falecido”, explica. Ela acrescenta que, entre os doadores vivos, a maioria são familiares, com destaque para os irmãos, seguidos pelas mães e pais. Ela destaca que o
ESPECIALISTAS DEBATEM PADRONIZAÇÃO E ACESSO A MEDICAMENTOS ANTINEOPLÁSICOS NO BRASIL
Temática foi um dos destaques da programação científica promovida no Congresso Amazônico de Oncologia e contribuiu com o desenvolvimento das atividades do profissional farmacêutico, com o compartilhamento de experiências e debates de assuntos inseridos nesse campo de atuação Como parte das atividades do I Congresso Amazônico de Oncologia do Hospital Ophir Loyola, a II Jornada de Farmácia Hospitalar e Oncológica reuniu profissionais e estudantes para discutir temas estratégicos no tratamento do câncer. Entre os assuntos abordados no sábado, 16, destacou-se a palestra de Elaine Lazzaroni Moraes, farmacêutica da Divisão de Suprimentos do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e presidente da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (Sobrafo), que discutiu os “Desafios para a Incorporação de Novas Tecnologias em Oncologia”. Ela se refere, especialmente, aos medicamentos antineoplásicos, cujos custos elevados tornam o acesso cada vez mais difícil para a maioria da população. Elaine destaca que o Brasil enfrenta um cenário heterogêneo, com uma disparidade significativa entre a oferta de medicamentos nos setores público e privado. Enquanto o setor privado tem mais capacidade para disponibilizá-los, o acesso no setor público é limitado. Além disso, há uma clara regionalização no acesso aos tratamentos, com destaque para os centros mais bem estruturados no Sudeste, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e nas regiões Sul do país. No entanto, a especialista aponta exceções, como o estado do Pará: “Temos uma experiência exitosa aqui, o Hospital Ophir Loyola é reconhecido como referência no tratamento de alta complexidade em Oncologia na região”, afirmou Elaine. A categoria farmacêutica desempenha um papel crucial no enfrentamento desses desafios. “Por se tratar de medicamentos, os farmacêuticos atuam diretamente desde a concepção das tecnologias na indústria farmacêutica, mas, principalmente, no ambiente hospitalar e na gestão de tratamentos, avaliando os benefícios e os riscos dessas inovações. Eles realizam análises econômicas essenciais para determinar se os benefícios superam os custos e qual o impacto disso para a população”, explica a especialista. Essa batalha pela incorporação de tecnologias no SUS vem sendo travada há mais de uma década. “A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde no SUS foi institucionalizada em 2011. Desde então, temos avançado na inclusão de novas tecnologias, especialmente no tratamento do câncer, com foco nos antineoplásicos”, completou. Conscientização – Outro assunto punjente foi exposto por Carolina Heitmann, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Pará e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA). Com a palestra intitulada “Interpretação de exame laboratorial: aplicando resultados à prática clínico-hospitalar”, ela destacou o empenho dos órgãos representantes de classe para que os profissionais atentem ao assunto. “Principalmente, identificar o que o medicamento pode estar alterando no exame, o que é importantíssimo para podermos minimizar qualquer problema relacionado a esse tipo de terapia medicamentosa”, ressalta. O Pará conta com pouco mais de 12 mil farmacêuticos, e Carolina enfatiza a importância de que todos busquem qualificação contínua, independentemente de sua área de atuação, seja em hospitais, consultórios ou qualquer ambiente onde haja a dispensação de medicamentos. “A qualificação é essencial para garantir a segurança e eficácia no uso dos medicamentos, em qualquer contexto”, ressaltou. Annie Oliveira, superintendente do Instituto Central do Hospital Ophir Loyola (HOL) e presidente da Sociedade Brasileira (SBRAFH) – regional Pará, foi a responsável pela moderação de uma série de palestras durante a jornada e destacou a importância da atualização contínua dos profissionais de farmácia. Ela ressaltou, ainda, a relevância da integração desses profissionais nas equipes multidisciplinares, que incluem médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, entre outros. “O farmacêutico pode atuar em mais de cem áreas diferentes”, explica Annie, lembrando que a capacitação contínua, por meio de eventos como jornadas e congressos, é fundamental para ampliar as oportunidades de atuação e garantir um desempenho de qualidade. “O foco principal deve ser sempre o paciente”, concluiu. O Congresso – Realizado nos dias 15 e 16 de novembro, com abertura no dia 14, o evento ocorreu no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. Seu objetivo foi criar um espaço para a divulgação de pesquisas científicas desenvolvidas no Hospital Ophir Loyola (HOL) e em outras instituições do Pará, além de promover o debate e a disseminação de conhecimento científico multidisciplinar nas áreas de alta complexidade. O congresso contou com a participação de especialistas e formadores de opinião da Amazônia e de diversas regiões do Brasil. Texto: Ascom HOL
SIMPÓSIO DEBATE O USO DE OZONIOTERAPIA E CIRURGIAS BUCOMAXILOFACIAIS EM PACIENTES ONCOLÓGICOS
Especialistas renomados debateram tratamentos utilizados em pacientes com diagnóstico de lesões e doenças do aparelho mastigatório e estruturas craniofaciais causadas por câncer O uso da ozonioterapia em pacientes oncológicos foi um dos temas debatidos no IV Simpósio de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Ophir Loyola (HOL/UEPA), realizado no sábado, 16. O evento integra a programação científica do I Congresso Amazônico de Oncologia, promovido pelo Hospital Ophir Loyola (HOL) nos dias 15 e 16, no Hangar Centro de Convenções, em Belém. A programação reuniu profissionais da área de diferentes estados do Brasil, incluindo Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Sérgio Bruzadelli é dentista, professor da Universidade de Brasília (UnB) e atua no Hospital Universitário da mesma instituição e foi o responsável pela palestra intitulada “Ozonioterapia em Pacientes Oncológicos”, na qual abordou o papel fundamental da ozonioterapia no tratamento de necroses ósseas que afetam a maxila e a mandíbula em pacientes oncológicos e destacou a importância do tratamento. “O uso do ozônio é importante no manejo de necroses associadas ao tratamento do câncer, especialmente aquelas induzidas por radioterapia ou pelo uso de bisfosfonatos, medicamentos comumente prescritos para prevenir complicações ósseas. Temos casos de necroses bastante agressivas, e a ozonioterapia tem se mostrado uma ferramenta valiosa, ajudando esses pacientes a recuperar qualidade de vida”, avaliou o professor. Bruzadelli destaca que a ozonioterapia reduziu o número de cirurgias bucomaxilofaciais no Hospital Universitário da UnB. “Com o uso da ozonioterapia, conseguimos reduzir significativamente as cirurgias, pois, na maioria dos casos, conseguimos resolver as necroses de forma integral. Em outros, a ozonioterapia diminui a extensão das cirurgias, porque ela diminui a contaminação microbiana, o que possibilita trabalhar cirurgicamente em um campo menos contaminado”, explica o especialista. Ele ressalta também o uso da ozonioterapia no tratamento da xerostomia, ou boca seca, em pacientes que passaram por radioterapia para tratamento de tumores malignos. “A radioterapia pode comprometer as glândulas salivares, fazendo com que o paciente tenha boca seca o tempo todo. A ozonioterapia, em sua forma bioestimulante, melhora bastante a qualidade de vida desses pacientes, pois estimula a produção de saliva. Normalmente, são necessárias entre 10 e 12 sessões para observarmos uma boa resposta nas glândulas salivares”, completa Bruzadelli. Para o cirurgião bucomaxilofacial, Marcelo Carneiro, a relevância da cirurgia bucomaxilofacial é fundamental na qualidade de vida de pacientes oncológicos. Protesiólogo bucomaxilofacial e coordenador do serviço de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial do HOL, Carneiro explica que o treinamento e as intervenções cirúrgicas são realizadas no âmbito da residência, coordenada em parceria com a Universidade do Estado do Pará (UEPA). “A cirurgia é fundamental para aqueles que enfrentam sequelas causadas por radioterapia e quimioterapia, especialmente na região oral e maxilofacial. Os procedimentos são realizados principalmente no Ophir Loyola, mas também no Hospital Metropolitano e em outros cenários, proporcionando uma experiência diversificada para os residentes. Em 2023, a Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF) do Ophir Loyola realizou mais de 700 intervenções”, destacou Carneiro. Carneiro pondera que nem todos os casos de consequências ou sequelas de radioterapia e quimioterapia são resolvidos com cirurgias. “A indicação das intervenções cirúrgicas vai depender de cada caso. As osteonecroses podem ser tratadas com cirurgia, mas também com medicamentos ou ozonioterapia. Também realizamos tratamentos com laserterapia para pacientes que desenvolvem lesões orais por conta da radioterapia e da quimioterapia. Esse tratamento é realizado antes, durante e após o tratamento oncológico”, acrescentou. Para Marcelo Carneiro, o principal desafio profissional é ajudar os pacientes oncológicos a recuperar o bem-estar e a qualidade de vida. “O grande desafio é, na verdade, restituir ao paciente a qualidade de vida que ele tinha antes do tratamento. As lesões e mutilações na região facial podem comprometer tanto a função quanto a estética, e restaurar esses aspectos é, em muitos casos, um processo difícil. No entanto, fazemos o máximo possível para proporcionar aos pacientes uma melhor qualidade de vida e reintegrá-los ao convívio social, já que muitos acabam se isolando devido ao impacto das sequelas”, conclui. Texto: Ascom HOL
CONGRESSO AMAZÔNICO DE ONCOLOGIA DESTACA CUIDADOS PALIATIVOS E INOVAÇÕES NO ATENDIMENTO
Estado do Pará é pioneiro na criação do primeiro Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos da região Norte, vinculado ao Hospital Ophir Loyola, em Belém, e entregue pelo governo do Estado em abril deste ano O I Congresso Amazônico de Oncologia do Hospital Ophir Loyola (HOL) debateu “Cuidados Paliativos”, no último sábado, 16. A mesa-redonda destacou diversos aspectos relacionados à importância dessa abordagem, que tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves ou incuráveis, e apresentar inovações no atendimento. As palestras evidenciaram temas referentes à Política Nacional de Cuidados Paliativos, terminalidade, plano terapêutico, além da exposição de experiências e tecnologias usadas para o atendimento de pacientes que recebem esse tipo de assistência. A coordenadora médica da equipe de cuidados paliativos oncológicos do HOL, Daia Polianne Hausseler, destacou a relevância do tema, especialmente após a criação, em 2024, da Política Nacional de Cuidados Paliativos, por meio da Portaria nº 3.681, de 7 de maio. Embora a política seja recente, o hospital já atua na área há 23 anos. “Atuamos em ambulatório, atendimento domiciliar e internação. E, em abril deste ano, inauguramos o Centro Cuidados Paliativos Oncológicos, com 31 leitos, e a previsão de ampliação com mais 20 novos leitos no próximo ano”, afirmou a médica. Foto: Rafael Diniz / Ascom HOL Daia abordou ainda a desinformação comum sobre cuidados paliativos, que muitas vezes são associados à terminalidade da vida. “O objetivo não é apressar o óbito, mas garantir dignidade e qualidade de vida. Muitos pacientes não estão em um tratamento modificador, mas em uma fase sem perspectiva de cura, contudo, podem, sim, viver muitos anos. O nosso trabalho é garantir conforto, controle da dor e a manutenção da convivência familiar, além de permitir que essas pessoas realizem as atividades básicas diárias e vivam com dignidade”, explicou. Ela ressaltou ainda a crescente demanda por cuidados paliativos, especialmente com a recente implementação da Política Nacional, e a importância de eventos como o Congresso Amazônico de Oncologia para desmistificar a associação entre cuidados paliativos e a morte. “O congresso cumpriu um papel importante de visibilidade e conscientização, a nível local e nacional, sobre a importância de oferecer um cuidado humanizado e de qualidade para aqueles que enfrentam doenças graves. E permitiu um espaço de sensibilização da população, mostrando que cuidado paliativo é um cuidado digno, não uma sentença de morte”, avaliou a médica paliativista. A médica Regiane Frota, também integrante da equipe de CCPO do HOL, destacou dois serviços desenvolvidos pelo hospital: o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) e o aplicativo “Lila”. As visitas domiciliares são realizadas por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, que se deslocam até a casa dos pacientes para oferecer cuidados personalizados. “É uma experiência única, que nos permite entrar no lar do paciente, entender as necessidades dele e proporcionar um atendimento mais próximo e humanizado. A visita domiciliar é o grande carro-chefe do nosso serviço, pois quem não gostaria de ter uma visita ambulatorial no conforto de casa?”, destacou. Aplicativo O Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos oferta um serviço tecnológico que tem ajudado muito no atendimento dos pacientes: o aplicativo Lila, lançado em abril deste ano. Trata-se de um aplicativo em que os pacientes podem enviar mensagens, com dúvidas e solicitações, para a equipe médica do hospital. O serviço é ofertado no horário comercial, das 8h às 18h, e tem contribuído com a qualidade no atendimento ao evitar que os enfermos precisem se deslocar até o HOL. Foto: Rafael Diniz / Ascom HOL Além disso, o Lila tem se mostrado uma ferramenta valiosa no atendimento remoto. O app, que funciona de forma similar ao WhatsApp, permite que pacientes enviem dúvidas e solicitem orientações médicas sem precisar sair de casa. “Em apenas seis meses de funcionamento, o Lila já teve um aumento significativo na adesão. Passamos de 15 atendimentos mensais, em abril, para 199 atendimentos em outubro”, relatou Regiane. O aplicativo também permite prescrição de medicamentos, proporcionando maior comodidade e agilidade no atendimento. A equipe de cuidados paliativos do Hospital é composta por profissionais de diversas áreas, incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, odontólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais e capelães. A multidisciplinaridade reforça o cuidado integral dos pacientes. O Congresso cumpriu um papel importante de visibilidade e conscientização, local e nacional, sobre a importância de oferecer um cuidado humanizado e de qualidade para aqueles que enfrentam doenças graves. Texto: Ascom HOL
PARÁ AVANÇA NA CAPTAÇÃO DE TECIDOS OCULARES
Evento promovido pelo hospital discutiu as dificuldades e soluções para a doação de córneas, somente este ano 624 córneas foram captadas Na última sexta-feira, 15, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em tratamentos oncológicos no Pará, promoveu o primeiro congresso de oncologia da instituição, abordando temas relevantes para a saúde pública. Durante o evento, uma mesa-redonda foi dedicada ao tema “O atual cenário, desafios e novas perspectivas da doação de córneas no estado do Pará”. O debate contou com a presença do oftalmologista e responsável técnico pelo Banco de Tecidos Oculares (BTO) do HOL, Alan Souza Costa e da enfermeira cearense, Lisiane Paiva Alencar, da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott). Conforme o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o número de pessoas na fila para transplantes de tecidos oculares no Brasil quase triplicou nos últimos dez anos, passando de 10.734 pacientes em 2014, para 28.937 em junho de 2024. No Pará, estratégias adotadas pelo BTO do HOL elevaram o número de doações, como campanhas de sensibilização e acordos de cooperação técnica firmados entre o Hospital, o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL) e o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), da Polícia Científica do Pará (PCEPA), sob a coordenação da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Somente no ano passado, ocorreram 346 doações, ou seja um total de 692 córneas que representaram um aumento de 200% em relação ao ano de 2022. Somente em 2024, foram recebidas 646 córneas de janeiro a 15 de novembro, números que evidenciam os resultados das estratégias desenvolvidas nos últimos anos. O Banco de Tecidos Oculares é o único do estado e desempenha uma função essencial na captação e destinação de córneas para aqueles que aguardam na fila de espera. O Hospital Loyola exerce um protagonismo importante neste processo. Somos o único no estado a gerenciar um banco de olhos, e desde que assumimos a gestão, não faltou apoio da diretoria, da Sespa e do governo do Estado para buscar soluções para aumentar as doações no Pará”, ressaltou Allan Costa. Desafios e sensibilização social A enfermeira Lisiane Paiva Alencar explicou que um dos principais desafios enfrentados pela equipe de captação refere-se à sensibilização da sociedade para a importância do ato. “A principal dificuldade que enfrentamos é sensibilizar as famílias. A doação de córneas geralmente ocorre em um momento de grande dor e sofrimento, quando a família ainda está em negação pela perda de um ente querido. Nosso papel é oferecer a possibilidade da doação, mostrando como isso pode transformar a vida de outras pessoas”, afirmou a enfermeira. Portanto, um passo importante para aqueles que desejam ser doadores de tecidos oculares é comunicar a intenção à família. Esse diálogo pode ser decisivo para garantir que a doação ocorra, caso a pessoa falecer, ajudando a salvar a visão de quem está na fila de espera para o transplante. “É fundamental que as pessoas se comuniquem sobre a vontade de ser doador. Quando isso acontece, a autorização para a doação e retirada de órgãos e tecidos se torna mais fácil, o que pode garantir qualidade de vida e um novo recomeço para quem aguarda por um transplante”, destacou. Quem pode doar córnea? A doação pode ser realizada por quem for a óbito, entre 2 até 72 anos. Há critérios específicos de exclusão, como pacientes portadores de HIV e dos vírus causadores de Covid-19 e hepatites B e C. Os tecidos oculares podem ser retirados até seis horas após o óbito. Preservadas, as córneas têm até 14 dias para serem implantadas em um receptor. Para fazer a doação, a família pode entrar em contato com Banco de Tecido Ocular pelos telefones (91) 3265-6759 e (91) 98886-8159 ou com a Central Estadual de Transplantes através do telefone (91) 97400-6456. Texto de David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz
CENÁRIO CÂNCER DE PÊNIS NO PARÁ É DESTAQUE EM PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
O Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Pará – Hospital Ophir Loyola realizou assistiu mais de 250 pacientes durante o período de 2021 a 2024 O Hospital Ophir Loyola, por meio do I Congresso Amazônico de Oncologia, debateu na sexta-feira, 15, o cenário do câncer de pênis no Pará em referência ao Novembro Azul, mês dedicado às campanhas voltadas para a saúde integral da população masculina. A programação contou com a participação do Dr. Luis Otávio Pinto, urologista reconstrutor do hospital e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), seção Pará. Conforme um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde (MS), de 2012 a 2022 foram registrados mais de 21 mil casos de câncer de pênis no país e mais de 6 mil amputações de 2013 a 2023. Ainda segundo dados, mais de 4 mil mortes foram causadas pela doença de 2011 a 2021. O Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Pará – Hospital Ophir Loyola realizou assistiu mais de 250 pacientes durante o período de 2021 a 2024. “Apesar de raro, o câncer de pênis é agressivo e possui uma taxa de mortalidade elevada. Os sobreviventes, além das sequelas físicas decorrentes de amputações parciais ou totais, enfrentam também um grande impacto psicológico. Geralmente, ficam estigmatizados e isso traz sequelas não somente de cunho funcional, mas também psicológico, afetando a capacidade de ter uma boa relação com a esposa, por exemplo. É realmente uma situação muito delicada”, afirmou o urologista. O presidente da SBU acredita na subnotificação de casos no Pará, que está atrás do Maranhão quanto à incidência. “Em países desenvolvidos o câncer de pênis ocupa o oitavo ou nono lugar dentre os tumores urológicos (que incluem próstata, rim, bexiga), mas estão entre os três mais incidentes em nosso estado, competindo diretamente com o câncer de próstata (o mais comum) e o de bexiga, e disputando muito perto com o câncer de rim, por exemplo. Então, a situação é realmente uma situação ruim”, destacou. “Por que esse tipo de câncer é tão comum em nossa região? Sabemos que está associado à promiscuidade, a pessoas que não têm bons cuidados de higiene ou que nem mesmo sabem como higienizar essa região, e essa falta de cuidado favorece o desenvolvimento de irritações que podem evoluir para um câncer”, esclareceu o especialista. Tratamento em fase inicial ainda é desafio Os procedimentos poupadores conseguem manter o aspecto do pênis, apesar do tratamento cirúrgico. Entretanto, somente são possíveis quando o paciente chega em fase inicial, mas essa ainda não é uma realidade de todos casos assistidos na região Norte. Conforme explica o urologista reconstrutor do HOL e presidente da SBU, seção – Pará, Luiz Otávio Pinto, a dificuldade ocorre porque o homem não imagina que aquela lesão inicial possa ser câncer. O câncer de pênis não surge de forma abrupta, é um processo crônico. Então, desde jovem, a pessoa pode ter essas irritações, que vão se agravando com o tempo e, por volta dos 60 anos, pode desenvolver a doença. “Esse tumor surge a partir de uma inflamação crônica, uma ferida que se machuca de forma constante e, se não tratada, pode evoluir para um tumor maligno. Geralmente, quando o paciente chega ao Ophir Loyola, a doença já está bem desenvolvida e temos de recorrer às amputações clássicas, a maioria tem mais de 60 anos”. Geralmente, os homens só buscam ajuda especializada quando o tumor encontra-se em estágio avançado e não é possível preservar a estrutura do órgão sexual, deixando-a mais próxima do que era originalmente. Muitos são os casos em que as amputações são inevitáveis, esse é o nosso cenário. O urologista destaca que é necessário mobilizar os agentes de saúde para orientação da população masculina sobre a higienização da região íntima e a importância do sexo seguro, principalmente em regiões mais remotas, a exemplo das regiões de ilhas, como o Marajó. “O pênis deve ser higienizado diariamente com água e sabonete para evitar o acúmulo de secreções que podem ocasionar infecções precursoras da neoplasia. Não menos importante é sobre o uso de preservativos nas relações sexuais para evitar a contaminação pelo Papilomavírus Humano (HPV), transmitido por meio de relações sexuais desprotegidas. É também estão entre o grupo de risco, os fumantes e aqueles que têm fimose (excesso de pele que impede a exposição da glande e a limpeza adequada da área)”, destacou. Segundo Luiz Otávio, é desejável encaminhamento mais rápido para os centros de referência como o Hospital Ophir Loyola. “O homem precisa passar por consultas e exames regularmente, o diagnóstico em fase inicial torna o tratamento mais eficaz e garante mais dignidade e qualidade de vida para os pacientes”, concluiu. Texto: Ascom HOL