Doença tem uma taxa de 90% de cura, caso seja diagnosticada em fase inicial O Hospital Ophir Loyola (HOL) realizou, nesta quinta-feira (11), uma programação alusiva ao “Julho Verde” – Campanha Nacional de Prevenção e Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço. Todos os anos, o hospital adere à mobilização desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) junto à Associação de câncer Boca e Garganta (ACBG). Profissionais, estudantes e pacientes laringectomizados se reuniram no auditório Luiz Geolás para debater a importância do diagnóstico precoce, desafios e avanços no tratamento da doença. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta mais de 39 mil novos casos em 2024, incluídos nesse total os tumores de boca (cavidade oral), laringe e tireoide. A doença tem uma taxa de 90% de cura, caso seja diagnosticada em fase inicial. Porém, cerca de 70% dos casos chegam em estado avançado para o tratamento. A realidade pode trazer como consequência a perda de parte das faces e o risco de perder a voz natural em caso de câncer de laringe. O câncer de cabeça e pescoço é formado por grupo de tumores malignos que se manifestam na boca, faringe, laringe, fossas nasais, seios paranasais, glândulas salivares e tireoide. Os principais fatores de risco são o tabagismo, o alcoolismo, a exposição prolongada à luz solar e à agentes oncogênicos, como vírus Epstein-Baar (EBV) e Papilomavírus Humano (HPV). Feridas na boca que não cicatrizam, sangramentos, caroços, verrugas, dificuldade para engolir, rouquidão, emagrecimento sem causa definida, são sinais de alerta e um médico deve ser consultado. Durante depoimento, o paciente William Cruz contou que foi submetido à cirurgia para retirada de laringe há cinco anos, ele faz uso de laringe eletrônica. O dispositivo permite a emissão de sons através da vibração da musculatura do pescoço logo no pós-operatório, facilitando a comunicação dos pacientes. “Queria conscientizar as pessoas de todo o Brasil, pois o que causou isso em mim foi o cigarro e a bebida. Muitas pessoas falavam para eu parar de fumar, de beber e eu não dava bola. Aconteceu isso, mas hoje estou bem graças ao tratamento.” O Hospital Ophir Loyola oferta tratamento cirúrgico e multidisciplinar. A equipe de fonoaudiologia é responsável por fazer a reabilitação vocal, com voz esofágica e laringe eletrônica. O acompanhamento ocorre à beira-leito, no pré e pós-operatório e no ambulatório para a recuperação das funções perdidas. “Aplicamos exercícios e terapias específicas para que esses pacientes possam desenvolver função de voz, deglutição, pronúncia, mastigação e tenha qualidade de vida. É um trabalho positivo, que reduz o tempo de internação e, consequentemente, o custo do hospital com dieta enteral e hotelaria, assim como diminui a necessidade de uso de medicamentos”, informou a fonoaudióloga, Marilu Wakimoto. “A campanha nacional ‘Julho Verde’ é realizada desde 2019 no hospital. A equipe ‘abraçou’ a causa de forma voluntária no sentido de contribuir com a prevenção do câncer de cabeça e pescoço por meio de atividades educativas com distribuição de material informativo e realização de palestras. E temos mobilizado os servidores e pacientes com intuito de serem multiplicadores de informações sobre a prevenção desse câncer”, concluiu a fonoaudióloga.
HOSPITAL OPHIR LOYOLA, REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA, FAZ CAMPANHA PARA INCENTIVAR DOAÇÃO DE SANGUE
Com a maior demanda transfusional do Estado, a unidade necessita de mais de 700 transfusões mensais para atender pacientes oncológicos e com outras doenças Um quadro de anemia severa levou a pedagoga Ana Paula Soares, 45 anos, a receber bolsa de sangue em um hospital do município de Belém. Apesar da suspeita, não foi possível fechar o diagnóstico. O quadro se agravou, e ela foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Até há pouco tempo, Ana Paula nem imaginava o quanto a doação de sangue faz a diferença para uma pessoa doente. Ao receber a confirmação de Leucemia Linfoide Aguda (LLA) no Hospital Ophir Loyola, e precisar se afastar após 22 anos das atividades relacionadas à educação infantil, sua realidade mudou. “Fiquei cinco dias sem receber bolsa de sangue no primeiro hospital; o estoque estava baixo. A situação agravou e recebi cuidados intensivos. Tive a ideia de fazer uma campanha com minha fotografia, e postei nas redes sociais. Aquela publicação se espalhou, e eu ainda estava recebendo doações até a semana passada. Mas, somente aqui, no HOL, percebi o quanto é importante a doação de sangue. Significa vida. Só damos valor quando passamos por uma situação como essa”, contou a paciente. A situação da pedagoga é muito comum no “Ophir Loyola” em razão da complexidade dos procedimentos cirúrgicos e do perfil assistencial da instituição, referência no tratamento de doenças hematológicas malignas e outros tipos de câncer. A unidade hospitalar possui a maior demanda transfusional do Pará, com mais de 700 transfusões mensais. A necessidade de sangue e hemocomponentes é constante para assistir pacientes internados, em tratamento quimioterápico cirúrgico ou ambulatorial. Doação é vida – A experiência desafiadora transformou Ana Paula em defensora da causa. A campanha feita para ajudá-la acabou beneficiando outras pessoas. Depois de um mês internada na clínica de hematologia do Hospital Ophir Loyola, a alta médica ocorreu na segunda-feira (08). “Nesse período, recebi mais de 20 concentrados de plaquetas e hemácias. Contudo, ficava feliz quando informavam que tinha bolsa chegando. Doe sangue, a doação é vida. Cada gota é muito importante. É uma vida que está sendo renovada. Cheguei a ter somente 3 mil plaquetas. Mas minhas forças aumentavam a cada bolsa recebida”, contou. O oncohematologista do HOL Thiago Carneiro esclareceu que diferentes doenças podem afetar o sangue, de forma temporária e reversível. Porém, se o paciente não conseguir produzir esse tecido conjuntivo em quantidade suficiente, uma transfusão é indicada. “Usamos o sangue de outra pessoa compatível com o tipo sanguíneo do paciente para reverter aquela condição clínica e estabilizá-lo. Isso é muito comum em grandes cirurgias e em tratamentos oncológicos”, explicou o médico. “Um dos principais tratamentos realizados para combater cânceres hematológicos (leucemias, linfomas e mielomas múltiplos) é a quimioterapia. Entretanto, a intervenção afeta a contagem sanguínea e ocasiona a demanda por transfusão. Todos os dias precisamos de concentrados de hemácias, plaquetas ou plasma. Sem essas transfusões, os pacientes não conseguem ter sucesso em seus tratamentos e recuperar a saúde”, informou o especialista. Parcerias para manter o estoque – Segundo o Ministério da Saúde, o ideal seria que 3% da população doasse sangue regularmente. Mas somente 2% da população paraense são voluntários. As campanhas de captação de doadores, realizadas em parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), buscam garantir que insumos (hemocomponentes e hemoderivados) não faltem para quem tanto necessita, ressaltou a assistente social Marcela Silva, da Gerência de Captação de Doadores (Gecad), da Fundação Hemopa. “Em períodos como julho, muitos saem de férias e isso afeta diretamente as doações. A cada dia, o Hemopa recebe cerca de 150 requisições. Precisamos fazer um trabalho diário de mobilização de parceiros e de toda a população em prol da solidariedade. Portanto, as parcerias com os hospitais nos ajudam a abastecer o nosso estoque e dar continuidade ao atendimento dos pacientes em todo o Estado do Pará”, informou. Laiza Carvalho doou pela primeira vez. Apesar de sempre ter vontade de doar, ela esperava um momento oportuno. O incentivo especial foi comparecer à campanha em frente ao HOL. “Minha mãe passou por cirurgia e quase veio a óbito por falta de sangue. Porém, recebeu doação a tempo e conseguiu passar pelo procedimento. Hoje, estava de passagem aqui perto, vi o ônibus e senti o desejo de doar”, contou Laiza. A campanha em frente ao Hospital Ophir Loyola, na Avenida Magalhães Barata, prossegue até esta quarta-feira (10), das 8h às 17h, com a unidade móvel do hemocentro em frente à instituição. Os interessados podem fazer o cadastro de doadores de medula óssea, outro gesto essencial para salva vidas. Para doar sangue é necessário: – Apresentar um documento de identidade oficial com foto (RG, carteira nacional de habilitação – CNH, carteira de trabalho e passaporte). Alguns documentos digitais oficiais também são aceitos; – Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam estar acompanhados de responsável legal); – Ter mais de 50 quilos; – Estar bem alimentado (não pode estar em jejum); – Dormir pelo menos 6 horas nas 24 horas anteriores à doação; – Não ingerir bebida alcoólica 12h horas antes da doação; – Manter intervalo entre doações de dois meses para homens e três meses para mulheres; – Quem se vacinou contra a Covid-19 pode doar sangue, sendo necessário um intervalo de dois dias após cada dose para quem recebeu a vacina Coronavac, e sete dias para quem recebeu as demais vacinas.
HOSPITAL OPHIR LOYOLA IMPLANTA SISTEMA DIGITAL DE GESTÃO HOSPITALAR
Ferramenta integra informações sobre os serviços da unidade para promover eficiência operacional e otimização de fluxos A gestão do Hospital Ophir Loyola (HOL) assinou, nesta quinta-feira (04), o contrato do Sistema de Gestão Hospitalar “SOUL MV”. A plataforma visa automatizar os processos da instituição de saúde, aumentar a produtividade e promover avanços no cuidado individual dos pacientes, com acessibilidade e segurança. A solução digital vai substituir o trabalho manual e integrar todas as informações sobre os serviços, desde o agendamento de consultas até a gestão financeira, e influenciar diretamente a qualidade do atendimento ao usuário. O diretor-geral do HOL, Jaques Neves, destacou que o sistema de gestão vai trazer dados objetivos para as tomadas de decisões estratégicas. “Ter um sistema de informações, por meio de indicadores e informações customizadas e precisas sobre a nossa realidade, é crucial para melhorar a performance hospitalar e dos profissionais das áreas administrativas e assistenciais. O ‘Ophir Loyola’ é um dos principais hospitais do Norte do País, e precisa acompanhar as inovações tecnológicas em saúde. Agradeço a todos que contribuíram para esse avanço”, disse Jaques Neves. “A integração de sistemas vai permitir inserir todos os módulos da rotina hospitalar em um modelo de plataforma que faz interface com o prontuário do paciente. A diretoria instituiu um comitê para a implantação e treinamento dos servidores para o uso do sistema, que estará disponível até novembro deste ano com todas as ferramentas necessárias às operações do Hospital”, completou o diretor-geral. Recursos – Conforme o gerente do Projeto de Implantação, enfermeiro Ivison Carvalho, o sistema SOUL MV utiliza os mais modernos recursos para organizar informações assistenciais, clínicas, estratégicas, administrativas e financeiras. “Consultas, programações cirúrgicas, internações, ocupação de leitos, tratamentos, estoque de medicamentos e demais serviços relativos ao prontuário eletrônico do paciente podem ser gerenciados em tempo real. As informações vão estar condensadas no sistema, conforme módulos específicos que convergem entre si, para garantir segurança e qualidade na assistência”, esclareceu. Os fluxos também serão otimizados na Unidade de Atendimento Imediato. No momento em que o paciente retirar uma senha na recepção, os dados dele entrarão no painel a partir da classificação de risco para o atendimento, de acordo com a necessidade específica. Da mesma maneira, o score de gravidade pode apontar para o profissional de saúde se um paciente deve aguardar por uma cirurgia eletiva ou identificar a prioridade do ponto de vista oncológico, em relação a outro com um quadro clínico menos complexo. Gestão em rede – A implantação do sistema no Hospital permitirá inclusive a implementação de um ambiente colaborativo de dados do paciente, disponível entre os três grandes hospitais geridos pelo governo do Estado. Com a estruturação desse ambiente virtual corporativo será possível integrar as informações do HOL, Fundação Santa Casa e Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. A finalidade é construir um prontuário eletrônico único para garantir mais agilidade ao atendimento. “A ideia é otimizar esse fluxo e otimizar condutas médicas. Internamente, no Hospital, o prontuário vai possibilitar que o paciente tenha o histórico informatizado de fácil acesso, onde todos históricos de internações e os exames laboratoriais e de imagens estarão arquivados. Os profissionais de saúde terão acesso a esses dados de qualquer serviço do Hospital para promover uma comunicação efetiva e uma assistência segura”, disse Ivison Carvalho.
GOVERNO DO PARÁ APRIMORA SERVIÇOS PARA AMPLIAR TRANSPLANTES DE CÓRNEAS
Ophir Loyola inicia nova etapa na história da captação no Pará, com aumento de mais de 200% nas doações dos tecidos oculares Em razão do exponencial aumento de mais de 200% nas doações dos tecidos oculares e do alcance de 346 doações catalogadas, o Banco de Tecido Ocular (BTO) do Hospital Ophir Loyola (HOL) inicia uma nova etapa na história da captação no Pará. A partir deste mês de junho, o serviço vai disponibilizar córneas selecionadas à Central Estadual de Transplante (CET) para o uso de técnicas modernas. A estratégia quer ampliar o número de procedimentos e contribuir ainda mais na redução do tempo de espera por uma doação. A seleção dos tecidos oculares vai permitir a realização do transplante de córnea endotelial (Descemet Membrane Endothelial Keratoplasty – DMEK). Metodologia usada como recurso terapêutico para doenças que afetam apenas porções mais internas (camada do Endotélio e camada de Descemet) e não toda a espessura das córneas doadas, como ocorre nos transplantes tradicionais. Os transplantes endoteliais representam, hoje, um avanço na técnica cirúrgica, ao permitir manobras minimamente invasivas, sem suturas e com mais rápida recuperação visual. A faixa etária dos doadores é de 40 a 60 anos. Em anos anteriores, o Hospital firmou cooperação técnica com o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL) e o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), da Polícia Científica do Pará (PCEPA), sob a coordenação da Secretaria Estadual de Saúde (Sespa). “O plano de ação contribuiu com a eficiência operacional da rede de transplante e trouxe mais agilidade no atendimento daqueles que esperam por uma doação. Agora, o Pará será o primeiro da região Norte a adotar essa estratégia de seleção de tecidos para DMEK. Isso atesta a eficácia da nossa resolutividade em saúde no serviço público”, informou a secretária estadual da Sespa, Ivete Vaz. Especialista em oftalmologia, Alan Costa, é o responsável técnico pelo setor, e explica que a iniciativa do Banco de Tecido Ocular busca acompanhar os maiores centros de referência nacional na seleção dos tecidos para reposição. “Atualmente, recebemos a média de 30 doações mensais, ou seja, são 60 córneas disponibilizadas em razão da bilateridade ocular. O BTO adere às novas técnicas de processamento a fim de aproveitar o máximo dos tecidos doados e disponibilizá-los para diferentes tipos de procedimentos cirúrgicos com finalidades terapêuticas. O nosso objetivo é aprimorar e expandir ainda mais os transplantes personalizados e individualizados, conforme a necessidade de cada paciente”. A córnea é um tecido fino e transparente, situado na região anterior do globo ocular, cuja função é refratar e transmitir a luz. É possível transplantar apenas uma parte desse tecido, que é dividido em cinco camadas: epitélio, membrana de Bowman, estroma, membrana de Descemet e endotélio. Em geral, o transplante ocorre quando há mudança na curvatura, ruptura da membrana e opacidade. Alguns casos podem ser sanados com apenas uma fina camada do endotélio. Isso será possível a partir da implantação da técnica cirúrgica pelos centros transplantadores. No Ophir Loyola, o tipo de transplante passará a ser indicado conforme a região afetada ou do tipo de patologia que acomete a córnea. Ainda segundo Alan Costa, as pessoas submetidas ao transplante tradicional têm uma taxa de rejeição em torno de 5% a 30%, e podem levar até dois anos para recuperar a visão. “As intervenções com técnica DMEK trazem muitas vantagens, às intercorrências caem para 1%, não há necessidade de suturas e a recuperação é quatro vezes mais rápida. “O transplante penetrante é preconizado em casos em que todas as partes da córnea foram danificadas. Mas caso a visão do paciente tenha sido afetada por Ceratocone, doença que afeta a região anterior e o estroma corneano, é indicado o transplante lamelar, que substitui apenas uma parte da córnea. Já a ceratopatia bolhosa e a distrofia Fuchs acometem o endotélio e a membrana de Descemet, portanto é recomendado o transplante de córnea endotelial. Todas as possibilidades cirúrgicas continuarão a ser ofertadas”, explicou o oftalmologista. O Banco de Tecido Ocular do HOL atua em todas as etapas do processamento dos tecidos oculares doados no estado e elabora estratégias para aumentar a adesão das famílias paraenses à doação e reduzir a fila de espera. “O melhor aproveitamento da córnea, por meio da oferta de tecidos por camadas, possibilitará aos centros transplantadores utilizarem técnicas mais modernas, que já são realidades em outros centros do País. É um avanço na medicina de precisão que resulta em tratamentos direcionados e melhor eficácia terapêutica”, destacou Jaques Neves, diretor-geral do hospital. Quem pode doar córnea A doação pode ser realizada por quem for a óbito, entre 2 até 72 anos. Há critérios específicos de exclusão, como pacientes portadores de HIV e dos vírus causadores de Covid-19 e hepatites B e C. Os tecidos oculares podem ser retirados até seis horas após o óbito. Preservadas, as córneas têm até 14 dias para serem implantadas em um receptor. Para fazer a doação, a família pode entrar em contato com Banco de Tecido Ocular pelos telefones (91) 3265-6759 e (91) 98886-8159 ou com a Central Estadual de Transplantes através do telefone (91) 97400-6456.
OPHIR LOYOLA OFERTA REABILITAÇÃO MOTORA E COGNITIVA PARA PACIENTES COM ELA
Atendimento ambulatorial ajuda a desenvolver habilidades funcionais e a autonomia dos enfermos O diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) modifica para sempre a realidade das pessoas acometidas e também das famílias destes pacientes, que sofrem por essa disfunção neurodegenerativa e progressiva. A ELA agride os neurônios localizados no cérebro e na medula espinhal que, ao perderem a capacidade de transmitir os impulsos nervosos, levam à perda gradual da função muscular. Para promover a qualidade de vida destes pacientes, a equipe de terapia ocupacional do Hospital Ophir Loyola (HOL) auxilia na reabilitação das habilidades motoras e cognitivas daqueles assistidos na unidade hospitalar. Os sintomas da doença costumam aparecer após os 50 anos e se manifestam com a incapacidade de realizar tarefas rotineiras, como subir escadas, andar e levantar. Porém, os sinais da ELA chegaram mais cedo para a representante de medicamentos, Clarissa Trindade, atualmente com 47 anos. Em 2022, ela estranhou a falta de força na mão esquerda ao deixar cair um objeto no chão. Apesar de procurar ajuda médica e dos exames realizados, nada foi encontrado. “Somente em 2023, uma eletromiografia detectou a doença no neurônio motor. Recebi o diagnóstico de ELA em São Paulo. Quando retornei à Belém, fui encaminhada ao Ophir Loyola por ser referência estadual para a minha condição”, contou. A rotina da paciente se divide entre o uso das três medicações e atendimentos multidisciplinares que retardam a evolução da esclerose e se complementam para um melhor resultado. Consultas com o neurologista, atendimento com fonoaudióloga para tratar a dificuldade na fala e acompanhamento psicológico. Além disso, ela também é acompanhada por uma nutricionista e faz hidroterapia fora do hospital. Mas é com a terapeuta ocupacional que ela “reaprende” os movimentos afetados pela fraqueza, rigidez nos antebraços e atrofia muscular nas mãos. Em mais uma sessão de cinesioatividade – exercícios com movimentos intencionais que estimulam o desenvolvimento motor e a reeducação psicomotora, sob o olhar atento da terapeuta, Clarissa senta em uma cadeira e usa o braço para rolar com dificuldade uma bola sobre a mesa. Também é instigada a girar um objeto de madeira, recurso terapêutico para trabalhar os movimentos em direções opostas e promover a reabilitação física das mãos. Executa ainda jogos cognitivos com foco na atenção, concentração e raciocínio lógico, como caça-palavras e semântica. “As técnicas e atividades são adaptadas às necessidades individuais de cada paciente com o intuito de ampliar o movimento, a força e o trofismo muscular. A funcionalidade física e sensorial é trabalhada para que ele tenha mais autonomia na execução de atividades cotidianas, como se alimentar e escovar os dentes. São orientados sobre a importância de simplificar as tarefas para que não se sintam fatigados. E também confeccionamos dispositivos de adaptação para o manuseio dos objetos fim de promover o conforto e independência nas atividades diárias dos usuários”, informou a coordenadora da Terapia Ocupacional, Márcia Nunes. A evolução da doença fez com que Clarissa deixasse de trabalhar em dezembro do ano passado. “Essa doença chega de surpresa. Mudou tudo, a minha forma de viver a vida, de lidar com as pessoas, de enxergar a minha família. Eu percebi que necessito de apoio total. Quando recebi o diagnóstico, o luto veio. Isso é normal, porque passei de uma pessoa ativa para alguém que vai depender 100% de outras pessoas. É tudo muito delicado, mas tenho que trabalhar a cabeça. Às vezes achamos que pode ser o fim de nossas vidas, mas é só um novo recomeço”, afirmou a paciente. Serviço – Para serem reabilitados pela equipe de Terapia Ocupacional, os pacientes são encaminhados pelos neurologistas da instituição de saúde. O Hospital é referência em neurologia, realiza desde a investigação diagnóstica até a fase aguda da doença e a reabilitação dos pacientes a partir da interface com a equipe multidisciplinar. Os pacientes são encaminhados, via sistema de regulação, para triagem de neurologia do HOL e, posteriormente, caso seja confirmada a referência, para o ambulatório especializado em Esclerose Lateral Amiotrófica. Texto: Leila Cruz – Ascom Ophir Loyola
SIMPÓSIO APONTA NOVAS PERSPECTIVAS PARA A NEURO-ONCOLOGIA
Evento reuniu especialistas médicos das áreas envolvidas no tratamento dos tumores cerebrais para debater desafios, estratégias e novas tecnologias Inovações tecnológicas utilizadas no diagnóstico e tratamento dos tumores malignos cerebrais ganharam destaque durante o I Simpósio Internacional de Neuro-Oncologia promovido pelo Hospital Ophir Loyola (HOL), em parceria com a NeuroSapiens®, nesta sexta-feira (21), em Belém. O evento reuniu especialistas do Brasil e do Mundo para debater as inovações e estratégias terapêuticas em função da evolução de conhecimentos moleculares, citogenéticos e da inteligência artificial, que ganharam relevância no cenário de alta resolutividade em saúde. A sessão de abertura com o tema “Desafios da Neuro-Oncologia na Amazônia” foi proferida pelo chefe da Neurocirurgia do HOL e coordenador do evento, José Reginaldo Brito. Segundo ele, existem singularidades geográficas e entraves socioeconômicas ditadas por fatores ambientais e climáticos que moldam e influenciam no acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento. “As populações rurais e ribeirinhas, que residem em determinadas regiões do território amazônico, enfrentam grandes distâncias e tempo longos de deslocamento, por transporte terrestre ou fluvial, para ter acesso aos serviços. Algumas comunidades ficam isoladas durante períodos de chuvas ou cheias dos rios. Entretanto, precisamos reduzir essas barreiras para que possam ter acesso ao diagnóstico por imagem desde o início dos sintomas e receber o tratamento adequado a fim de obter o melhor prognóstico”, destacou o especialista. Segundo Brito, o “Ophir Loyola” busca utilizar novas tecnologias para obtenção de resultados superiores nos procedimentos neurocirúrgicos. Contudo, é necessário modificar a filosofia de trabalho em razão de não ser possível modificar a distância entre os municípios e os meios de transportes utilizados pelos pacientes. “Nós, especialistas, precisamos pensar fora da caixa com a intenção de inserir novas intervenções terapêuticas e desenvolver estratégias favoráveis à interiorização da assistência e contribuir com as políticas públicas de saúde existentes, a exemplo da descentralização da assistência, em curso, por meio dos hospitais regionais”, completou. O diretor da NeuroSapiens® – instituição especializada em saúde do cérebro e da coluna, localizada em São Paulo, Antônio de Salles, ressalta que o Congresso abordou várias técnicas radiológicas usadas na análise inicial de tumores cerebrais e da coluna. Uma das tecnologias apresentadas consegue destruir o câncer cerebral, em poucas horas, sem necessidade de uma cirurgia invasiva. O procedimento é realizado em ambulatório, por meio de uma pequena incisão por onde é introduzido um endoscópio e aplicados raios calculados com a tecnologia quântica, sem precisar abrir a cabeça do paciente. “Essa metodologia alia a radiocirurgia e a cirurgia robótica à inteligência artificial e traz inúmeros benefícios, não utiliza sala de cirurgia com fótons, raios-gama, lasers ou outras energias que atravessam o corpo humano. Também não há necessidade de uma internação prolongada. Ou seja, reduz o custo de Unidades de Terapias Intensivas, o risco de sequelas e o tempo de recuperação em comparação a uma cirurgia convencional. É o mesmo recurso usado em aparelhos celulares e sistema de localização (GPS), sendo utilizado para tornar a medicina mais segura e eficiente”, concluiu Salles.
ARRAIAL DO PAVULAGEM TRAZ CULTURA AMAZÔNICA PARA OPHIR LOYOLA
Cortejo animou pacientes, acompanhantes e servidores ao som do rufar dos tambores Um misto de cultura e alegria tomou conta dos corredores do Hospital Ophir Loyola (HOL) durante o arrastão promovido pelo Arraial do Pavulagem, nesta quinta-feira (20). O coletivo de artistas, que celebra 36 anos de história, encantou usuários, acompanhantes e servidores com o colorido das fitas e ritmos da cultura popular paraense. A iniciativa, promovida pela equipe de Terapia Ocupacional da unidade hospitalar, despertou memórias afetivas e promoveu bem-estar e senso de comunidade para as pessoas hospitalizadas. “As expressões artísticas reduzem o estresse ocasionado pelo adoecimento, aumentam a sensação de bem-estar e humanizam o processo do cuidar. Aqui, recebemos pacientes acometidos por doenças graves e que necessitam de intervenções que amenizam a ansiedade e oportunizem momentos de ludicidade, entretenimento e socialização. Também é uma maneira de ajudá-los a enfrentar os desafios impostos pela hospitalização e inseri-los nesse contexto junino para que não fiquem à margem da sociedade”, destacou a chefe da Divisão de Terapia Ocupacional, Márcia Nunes. Moradora do bairro de Canudos, Maria Rita da Silva, 68 anos, faz tratamento desde o ano de 2020 contra o câncer de mama. Embora enfrente um recidiva da doença, não se deixa abater. Ela encontra nas ações de humanização do hospital, uma forma de ressignificar o processo de enfrentamento da doença, a vida. Com trajes a rigor, era uma das brincantes mais animadas do cortejo .“Não é porque aconteceu algo em minha vida que preciso ficar triste, procuro me animar. Isso que estão fazendo aqui é para transformar o coração dos pacientes. Estou aqui para vencer e ir até o final, acordo feliz e a minha vida continua”, disse. O cortejo percorreu o ambulatório, os serviços de hemodiálise, quimioterapia e clínicas de internação. Para a coordenadora do cortejo nos hospitais, Diene Sena, é sempre muito gratificante, já que estão vários anos colaborando com o Ophir Loyola. “Trazer esse momento cultural para dentro do hospital é realmente algo maravilhoso, porque as pessoas não podem estar conosco aos domingos, mas nós podemos vir trazer a nossa alegria para eles. É algo que fazemos de coração e, se possível, os 1.200 integrantes estariam aqui, pois todos querem participar dessa iniciativa tão bonita”, frisou. Enfermeiro de profissão e pernalta de coração, Ítalo Santos, de 25 anos, mostrou toda a irreverência de um integrante do Batalhão do Estrela. Para ele, que está há um ano e meio nesta missão em prol da cultura, é um grande momento. Desde maio se prepara nos ensaios e nas oficinas. “Fazer essa movimentação para um ambiente hospitalar com o intuito de alegrar os pacientes e fortalecê-los em meio a tantas angústias, alegra o nosso coração. Assim como a batida dos instrumentos nos aquece, eu acredito que aqueça o coração deles também. Então como pernalta viver isso e poder colaborar para a melhora deles é motivo de satisfação”, concluiu.
PACIENTE É CURADA DE TIPO AGRESSIVO DE LEUCEMIA NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA
Tratamento personalizado a partir das informações obtidas com a análise genética reduz os efeitos colaterais da quimioterapia e aumenta a chance de cura Crisla Santos, de 31 anos, celebrou a vitória contra um câncer agressivo no Hospital Ophir Loyola (HOL). A paciente estava em tratamento contra leucemia promielocítica aguda (LPA), um subtipo que representa de 10 a 15% dos casos de leucemia mieloide aguda (LMA). Considerada uma urgência em hematologia, esse câncer pode levar ao óbito do paciente em um intervalo curto de tempo, caso não seja diagnosticado em tempo hábil. Apesar de acometer pessoas de qualquer faixa etária, é mais predominante em adultos jovens. Um sangramento na gengiva, levou Crisla a receber um diagnóstico errado de dengue hemorrágica. Após internação, recebeu alta médica e retornou ao município de Castanhal, onde reside. Manchas roxas espalhadas pelo corpo e suor noturno fizeram com que fosse encaminhada à Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa). O exame de sangue atestou leucemia – câncer que afeta a medula óssea, responsável por produzir as células sanguíneas. “O Hemopa é referência para doenças hematológicas não oncológicas, logo, são encaminhados pacientes para o diagnóstico de anemia ou alterações nos leucócitos, ou plaquetas. Caso o hemograma identifique uma leucemia, encaminhamos o paciente para o hospital oncológico”, explicou Saide Trindade, médica hematologista do Hemopa. Referência no tratamento das doenças hematológicas malignas no Pará, o HOL dispõe de Laboratório de Biologia Molecular com tecnologia avançada para a classificação de leucemias. A unidade hospitalar realiza planejamento clínico individualizado a partir das informações obtidas com a análise genética. Também fornece informações específicas para a montagem de esquemas de quimioterapia e obtenção de resultados mais precisos. Isso aumenta a possibilidade de cura e reduz os efeitos colaterais da quimioterapia. “Quando cheguei ao ‘Ophir Loyola’, passei por novos exames e descobriram um tipo de leucemia agressivo. Passei mais de um mês internada. A médica chegou a cogitar a necessidade de transplante de medula óssea, mas não foi necessário. Foram três anos de tratamento com quimioterápicos e outras medicações, de 2016 a 2019”, contou a paciente. Durante o adoecimento, Crisla precisou trancar a faculdade e deixar de trabalhar. Com a remissão da doença, conseguiu concluir os estudos e retornou às atividades laborais. “Eu passei pela fase de controle com consultas e exames de rotina, conforme o protocolo do hospital. Nesse período fiquei grávida e me tornei mãe de um menino. Agora estou curada, graças a Deus e à Nossa Senhora, tocando o Sino da Vitória! Só penso em levar uma vida normal”, disse. Leucemias podem ser confundidas com outras doenças Os sintomas das leucemias são muito variáveis e podem ser confundidos com sintomas de outras doenças, como fraqueza, febre, palidez e sangramentos sem explicação aparente . Um simples hemograma pode levantar a suspeita de leucemia, mas o diagnóstico é confirmado por testes especializados, como o mielograma, citometria de fluxo e testes moleculares. Há dois grupos da doença: as crônicas e as agudas. As leucemias crônicas possuem uma evolução mais lenta, em meses ou anos. Por outro lado, os casos de leucemia aguda, têm progressão rápida e afetam de forma muito agressiva a capacidade de defesa do organismo. Esses tipos de câncer necessitam de tratamento imediato com quimioterapia e maior atenção com os doentes. Segundo a hematologista do Hospital Ophir Loyola, Lucyana Leão, a leucemia promielocítica aguda “é caracterizada pela proliferação anormal de células imaturas (promielócitos), que não amadurecem e comprometem a produção das células sanguíneas”. “É uma doença que possui alto risco de hemorragia e tem causas genéticas. Entretanto, é curável quando tratada precocemente. A nossa paciente fez um tratamento intensivo com quimioterapia e foi acompanhada durante cinco anos para detectar uma possível recidiva. Nesse período não teve nenhuma recorrência e recebeu alta em 2024. Ela está curada de uma das doenças oncohematológicas mais agressivas”, comemorou a especialista.
PACIENTE ONCOLÓGICA CELEBRA CASAMENTO NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA
Com câncer de mama, paciente está há dois anos em tratamento no hospital A dona de casa Gracilene Pantoja, 50 anos, está internada desde maio no Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, atualmente em tratamento paliativo devido ao câncer de mama. Nesta sexta-feira (14), ela realizou o sonho de oficializar a união com o despachante rodoviário, Fernando Martins, de 56 anos. O casal contou com o apoio da equipe para celebrar a cerimônia religiosa na unidade hospitalar, cercado de amigos e familiares. Há dois anos, Gracilene foi diagnosticada com câncer de mama. Desde então encontra na fé a força necessária para lidar com o enfrentamento da doença. “Deus tem sido o meu porto seguro, assim como o Fernando, minhas filhas e todas as pessoas que estão envolvidas no meu tratamento. São eles que elevam o meu astral e me dão segurança para continuar essa jornada. Eu só tenho a agradecer a Deus por isso”, afirmou a paciente. O casal se conheceu em meados dos anos 2000 por meio da irmã de Fernando, melhor amiga e atual cunhada de Gracilene, que convidou ambos para um passeio de barco. “Ela sempre falava bem do irmão por ser responsável e direito. À época, eu estava solteira e sempre sonhei em encontrar alguém especial. Então, eu sempre dizia que algumas pessoas não sabem agarrar a sorte que tem e se eu ficasse com ele, seria diferente porque iria ensiná-lo a gostar de mim e me amar do jeito que eu sou”, contou. “Eu não estava na expectativa de ter um relacionamento sério, porque o Fernando havia saído a pouco tempo de um relacionamento, mas o futuro havia reservado algo especial para nós dois. Ele insistiu em mim e hoje estamos há 23 anos vivendo juntos. Então posso afirmar que o Fernando me respeita e me ama, faz tudo pela nossa família e estamos muito felizes. Sempre quis casar na presença de Deus e realizei esse sonho”, disse a paciente. Fernando e Gracilene planejavam o matrimônio, mas o quadro de saúde da noiva impediu que se concretizasse da forma como haviam imaginado. E, no último dia 12, Dia dos Namorados, o despachante rodoviário decidiu pedi-la em casamento, diante de um leito hospitalar para confirmar a importância do relacionamento. “Ela trabalhava em um escritório de advocacia onde ficou por um bom tempo até engravidar da nossa primogênita. Tínhamos uma vida bem estabilizada, porém escolheu ser dona de casa. É uma esposa excelente, muito protetora e dedicada. Infelizmente, está passando por esse processo, mas a vida inteira cuidou de mim e das filhas com todo cuidado que uma matriarca poderia ter. Agora, é o nosso momento de retribuir o que ela já fez por nós. Sempre digo a ela para não perder as forças e nunca desistir, pois nunca desistiremos dela”, garantiu Fernando. Hospital casamenteiro Histórias de amor e cerimônias não tradicionais marcam o Hospital Ophir Loyola. Ao todo, sete casamentos foram realizados na unidade de saúde. Todas evidenciaram que o sentimento genuíno prevalece na saúde e, principalmente, na doença. Os noivos contaram com apoio da equipe do HOL e voluntários, que se mobilizaram para conseguir alianças, trajes, buquê, maquiagem, cerimonial, fotolivro e decoração do auditório. A entrada de Gracilene ocorreu em um leito com suporte de vida, conduzida pelos profissionais da clínica de cuidados paliativos oncológicos. Os votos de amor eterno e discursos emocionaram os presentes. Na ocasião, o diretor-geral, Jaques Neves, proferiu a leitura da passagem bíblica 1 Coríntios 13, para homenageá-los e destacar um amor puro que supera todas as dificuldades. “Hoje, ganhamos mais uma página que ficará guardada em nossas memórias, um exemplo de um casal que mostrou a importância e o verdadeiro significado do amor para podermos refleti-lo e contemplá-lo em toda a sua magnitude.” “Durante toda a cerimônia, ela ficou tranquila e sorrindo. Atuamos em uma área complexa da medicina, contudo não amenizamos somente os sintomas físicos, mas proporcionamos intervenções psicológicas, sociais e espirituais. Por isso, quando soubemos que o casal buscava oficializar a relação, acionamos as nossas equipes com o intuito de valorizar a autonomia da nossa paciente e respeitar seus valores e prioridades”, destacou a enfermeira Margarida Carvalho. Texto: Leila Cruz – Ascom HOL
ESCLEROSE MÚLTIPLA: OPHIR LOYOLA ALERTA PARA OS SINTOMAS DESSA DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA
Doença pode ser controlada com as novas drogas e terapias ofertadas, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) Nesta quinta-feira (30) é celebrado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla (EM), uma doença neurológica, autoimune e inflamatória-desmielinizante em que as células de defesa do organismo afetam o Sistema Nervoso Central (SNC), provocando lesões cerebrais e medulares. Em todo o planeta, 2,8 milhões de pessoas convivem com a disfunção, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla. No Brasil, dados de 2022 do Ministério da Saúde estimam que há uma incidência de nove casos para cada 100 mil habitantes. O Centro de Referência de Neurologia do Hospital Ophir Loyola (HOL) dispõe de um Ambulatório de Doenças Desmielinizantes, ou seja, ocasionadas por uma inflamação na bainha de mielina – substância que ajuda a conduzir os impulsos nervosos. O serviço atende cerca de 600 pacientes, dos quais 200 têm esclerose múltipla. A assistência é ofertada desde a investigação diagnóstica, por meio de exames de ressonância magnética, líquor ou outro método diagnóstico necessário, até a fase aguda da doença e reabilitação dos pacientes a partir da interface com outras especialidades médicas. Segundo o chefe do Instituto de Neurologia do HOL, Hideraldo Cabeça, os surtos são imprevisíveis e desencadeiam alterações da sensibilidade, da função motora, da força muscular ou da movimentação ocular. “Podem se manifestar com quadro de fraqueza de um lado do corpo, alteração da visão, embaçamento visual, alteração da sensibilidade do braço e da perna e retenção da urina. Caso uma pessoa, principalmente uma mulher com idade de 20 a 40 anos, apresente essas queixas sensoriais ou de fenômenos sensitivos duradouros por mais de 24h, necessita de uma investigação neurológica”, orientou. Cabeça destacou que a esclerose múltipla não tem cura, mas pode ser controlada com as novas drogas e terapias ofertadas, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Geralmente, o tratamento se concentra em manejar as crises, controlar os sintomas e retardar a progressão da doença. Em torno de 85% dos casos apresentam o chamado surto-remissão, contudo esses pacientes conseguem ter qualidade de vida com o acompanhamento médico especializado.” O neurologista alertou que, em fase inicial, é comum a esclerose múltipla ser confundida com outras condições. Ele recomendou ainda que na presença de um sintoma duradouro, um médico deve ser procurado na Unidade Básica de Saúde e, em casos mais graves, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “As queixas mais comuns são motoras, visuais e sensitivas, porém também incluem a depressão, a fadiga intensa, a disfunção urinária ou de bexiga e a disfunção sexual nos homens ”, esclareceu. Os pacientes são encaminhados, via sistema de regulação, para triagem da neurologia do Hospital Ophir Loyola e, posteriormente, caso seja confirmada a referência, para o ambulatório especializado. “Após uma avaliação criteriosa, o tratamento é indicado conforme os sintomas apresentados pelos pacientes. São prescritos medicamentos por via oral, subcutânea ou endovenosa conforme o quadro clínico de cada um. Às vezes há necessidade de consultar um oftalmologista, otorrinolaringologista e fonoaudiólogo, e fazer fisioterapia e terapia ocupacional”, concluiu.